COVID-19

BioNTech diz que consegue adaptar vacina contra mutação em 6 semanas

Laboratório vai testar vacina contra cepa mais contagiosa identificada no Reino Unido

O laboratório alemão BioNTech, que produziu, em parceria com a farmacêutica Pfizer, a primeira vacina aprovada no ocidente contra a covid-19, afirmou nesta terça-feira (22/12) que consegue fazer um imunizante contra a nova cepa do coronavírus em apenas seis semanas.

A nova cepa, identificada no Reino Unido, seria até 70% mais contagiante, segundo o governo do país.

Segundo o cofundador da BioNTech, Ugur Sahin, em coletiva de imprensa, a tecnologia inovadora usada para fazer o imunizante faz com que a vacina seja facilmente adaptável a mutações. "A beleza da tecnologia do RNA mensageiro é que podemos diretamente começar a conceber uma vacina que imita fielmente a nova mutação", declarou.

Diferentes de vacinas tradicionais, as de RNA mensageiro não utilizam o vírus para fazer o imunizante, somente a informação sobre ele. A substância é feita com cópia genética do vírus.

Tanto a Pfizer quanto a farmacêutica Moderna, que também foi aprovada para uso emergencial nos Estados Unidos, anunciaram que testarão as vacinas contra a nova cepa do coronavírus. "Não existe razão para estar preocupado ou alarmado até recebermos os dados", afirmou Sahin.

Em nota, a Moderna também disse que não havia motivo para preocupação. "Com base nos dados obtidos até o momento, esperamos que a imunidade induzida pela vacina da Moderna seja protetora contra as variantes descritas recentemente no Reino Unido. Iremos realizar testes adicionais nas próximas semanas para confirmar essa expectativa", diz.

A vacina da Pfizer/BioNTech já foi aprovada em cinco países: Reino Unido, Estados Unidos, Canadá, Arábia Saudita e Israel.

Nova cepa do coronavírus

No sábado (19/12), o governo do Reino Unido confirmou a identificação de uma nova cepa do coronavírus que seria ainda mais contagiante. Diversos países já suspenderam voos para o país como tentativa de prevenção.O Brasil segue recebendo voos do Reino Unido, mas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou medidas para controlar os voos que chegam do país.  

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) não há nenhum indício de que a nova variante seja mais letal ou que desperte sintomas mais graves.