Em meio à alta de casos da covid-19, a União Europeia (UE) fechou questão. Todos os 27 países-membros do bloco começarão a vacinar contra o coronavírus simultaneamente, ainda este ano, anunciaram autoridades de Bruxelas. O Reino Unido, que deixou a UE em janeiro passado, iniciou a imunização da população na semana passada, seguido pelos Estados Unidos, na última segunda-feira. Isso inquietou, em especial, a Alemanha, que voltou, ontem, a adotar um confinamento parcial, enquanto registrava recorde de diagnósticos da doença.
“Começaremos, assim que possível, a vacinação todos juntos, no mesmo dia, da mesma forma como enfrentamos juntos essa pandemia”, destacou a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, no Parlamento Europeu. No que depender de Berlim, a campanha terá início no dia 27.
Diante de uma segunda onda potente, a Europa está preocupada, sobretudo, com as consequências das festas natalinas. O escritório europeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu o uso da máscara nas celebrações e precauções extremas, porque o risco de que os números se agravem, em janeiro, é alto.
Com os sistemas de saúde sobrecarregados em vários países, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA), órgão regulador para a UE, antecipou para segunda-feira sua reunião, antes prevista para 29 de dezembro, na qual avaliará a aprovação da vacina desenvolvida pelos laboratórios Pfizer/BioNTech — imunizante adotado no Reino Unido e nos EUA.
Em todo mundo, a pandemia deixou, até o momento, aproximadamente 1,6 milhão de mortos e 73 milhões de casos de contágio. O continente europeu soma mais de 22,7 milhões de infecções e quase meio milhão de mortes. Na última semana, registrou cerca de 1,7 milhão de novos diagnósticos e 34,5 mil óbitos por coronavírus.
Sem controle
A Alemanha, que sofre uma segunda onda da pandemia muito mais grave e incontrolável do que a primeira, registrou, entre terça-feira e ontem, 952 mortes por covid-19, um recorde, e mais de 27 mil contágios. O governo de Angela Merkel, decidiu, então, que os alemães deverão respeitar um confinamento parcial até 10 de janeiro.
As medidas restritivas incluem o fechamento de escolas e de comércios não essenciais, além de limitação de viagens e de contatos sociais. O lema é “vamos ficar em casa”, nas palavras da chanceler alemã e das autoridades regionais. “A curva (de infecções) vai muito mal”, alertou Merkel.
Em outros países europeus, a situação não é muito mais animadora. No Reino Unido, pubs, restaurantes e hotéis de Londres terão de fechar pela terceira vez este ano. Dinamarca e Holanda decretaram grandes medidas de confinamento para as próximas semanas.
Na França, onde bares, restaurantes, cinemas, museus e outros lugares de lazer estão fechados desde o fim de outubro, está em vigor um toque de recolher entre 20h e 6h locais. Na Espanha, o premiê Pedro Sánchez disse que é preocupante o aumento dos contágios, que superaram os 10 mil ontem. “É preciso endurecer o plano de Natal. Não tenham dúvidas de que esse governo vai propor (isso) aos governos autônomos, porque não podemos relaxar.”