A Somália rompeu relações diplomáticas com o Quênia nesta terça-feira (15/12), acusando-o de interferência, enquanto Mogadíscio se prepara para eleger seus deputados e presidente - informaram fontes oficiais.
"O governo da Somália decidiu cortar suas relações diplomáticas com o Quênia. A Somália está pedindo a todos os seus diplomatas estacionados no Quênia que voltem para casa e ordenou que diplomatas quenianos na Somália deixem o país dentro de sete dias, a partir de 15 de dezembro de 2020", disse o ministro da Informação da Somália, Osman Abukar Dubbe, em uma entrevista coletiva.
"O governo federal somali tomou esta decisão em resposta às recorrentes e descaradas violações políticas do Quênia contra a soberania do nosso país", acrescentou o ministro.
As relações entre Quênia e Somália, países vizinhos que compartilham 700 quilômetros de fronteira comum, pioraram nos últimos meses.
Há meses, o governo do presidente da Somália, Mohamed Abdullahi Mohamed, acusa as autoridades quenianas de ingerência, sem especificar suas queixas.
A Presidência queniana já disse, em outras oportunidades, que se recusa a se tornar um "bode expiatório" para questões políticas internas da Somália.
Em meio a este imbróglio, o presidente queniano, Uhuru Kenyatta, recebe desde segunda-feira, em Nairóbi, o presidente da autoproclamada região independente da Somalilândia, Muse Bihi Abdi.
Mogadíscio considera que a Somalilândia é uma parte integrante da Somália e qualquer visita oficial de suas autoridades ao exterior desperta a ira do governo somali.