O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, anunciou uma nova proposta de ajuda de 916 bilhões de dólares, a fim de quebrar um impasse de meses de discussões no Congresso sobre a assistência adicional à economia, devastada pela pandemia.
Seu pacote, maior que o de US$ 908 bilhões apresentado por um grupo de senadores republicanos e democratas na semana passada, inclui "dinheiro para governos estaduais e locais e sólidas proteções de responsabilidade para empresas, escolas e universidades" afetadas pela crise do coronavírus, disse Mnuchin em um comunicado. Todos esses elementos têm sido pontos-chave nas complexas negociações entre os legisladores democratas e republicanos.
Segundo Mnuchin, o plano foi levado (ontem) à presidente democrata da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, mas também foi analisado com o presidente em fim de mandato, Donald Trump, e o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell. "Espero chegar a um acordo bipartidário para que possamos fornecer este alívio econômico a trabalhadores, famílias e empresas americanas", declarou o secretário do Tesouro.
Democratas e republicanos no Congresso, junto com o governo Trump, não conseguem chegar a um acordo sobre um projeto de lei para suceder o auxílio inicial da chamada Lei CARES — de 2,2 trilhões de dólares — aprovado no começo do ano para resgatar a economia dos EUA.
O pacote incluía empréstimos e subsídios para pequenas empresas, pagamentos de 1.2 mil dólares a todos os cidadãos americanos e uma expansão da rede de segurança contra o desemprego. As medidas foram consideradas essenciais para preservar os empregos americanos em um momento em que o país luta contra o maior e mais trágico surto de coronavírus do mundo.
No entanto, grande parte dessa assistência já expirou, e a proposta de Mnuchin representa um dos últimos esforços para chegar a um acordo antes que o presidente eleito, o democrata Joe Biden, substitua Trump em janeiro, quando um Congresso com nova composição também vai entrar em cena. O final do mês também está se aproximando e muitos desempregados deixarão de receber o auxílio da Lei CARES.
Japão lança plano
O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, anunciou ontem um novo plano de estímulo para a economia do país de 707 bilhões de dólares para cobrir vários projetos, incluindo medidas de saúde e o desenvolvimento de tecnologia verde.
Com o plano, similar ao anunciado por outros países, o Japão pretende limitar as consequências negativas da pandemia de covid-19 em sua economia. Suga explicou que o governo deve aprovar formalmente o plano, de 73,6 trilhões de ienes (707 bilhões de dólares), e composto principalmente por programas de empréstimos.
Este é o primeiro programa de recuperação de Suga desde que assumiu o posto de primeiro-ministro, em setembro, quando sucedeu Shinzo Abe, que renunciou ao cargo por problemas de saúde. "Nós elaboramos (o pacote de estímulo) para pavimentar o caminho para um novo crescimento, para proteger a subsistência das pessoas, assim como os empregos e os negócios", declarou o primeiro-ministro aos integrantes de seu governo.
O Japão, relativamente pouco afetado pela pandemia de covid-19 até o momento (2.832 mortos, de acordo com números oficiais), enfrenta uma nova onda de infecções com um recorde de casos diários.
O plano de ajuda inclui medidas de sanitárias, como o apoio financeiro às instituições médicas e para idosos, e auxílios para apoiar o turismo interno e o emprego. O programa também prevê um "fundo verde" para apoiar as tecnologias limpas como as energias renováveis, a eficiência energética, a biodiversidade e a luta contra a poluição.
O governo de Shinzo Abe anunciou dois planos de ajuda econômica, que somaram 234 trilhões de ienes (2,2 trilhões de dólares).