A França e a Rússia somaram-se ao Reino Unido e anunciaram planos para imunizar a população contra a covid-19. As autoridades francesas revelaram que a vacinação será gratuita e começará em janeiro. A primeira fase da campanha contemplará 1 milhão de idosos em asilos. Em fevereiro, mais 14 milhões de pessoas frágeis receberão o imunizante. “A França terá um potencial de 200 milhões de doses, o que tornará mais fácil vacinar 100 milhões de pessoas”, declarou o primeiro-ministro Jean Castex. A fórmula requer duas injeções, com algumas semanas de intervalo, para garantia de eficiência.
Segundo Castex, a campanha de vacinação começará com as duas vacinas que deverão estar disponíveis até o fim do ano pelas autoridades de saúde europeias e francesas: Pfizer/BioNtech e Moderna. “A circulação do vírus continua diminuindo de semana para semana”, parabenizou Castex. Desde março, a epidemia da covid-19 provocou 53.906 mortes na França e infectou quase 2,3 milhões de pessoas.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou ao governo que coloque em marcha a vacinação em massa de professores e profissionais da saúde. A previsão é de que as imunizações comecem amanhã. Moscou desenvolveu a vacina Sputnik V, que atraiu o ceticismo da comunidade científica. Isso porque a fórmula foi testada apenas em algumas dezenas de pessoas e teria recebido aprovação da agência reguladora russa em agosto. No entanto, o estudo com resultados finais não foi divulgado em revista científica, como o dos outros projetos. De acordo com o jornal britânico Daily Mail, cerca de 2.500 militares russos teriam recebido a aplicação da vacina, e marinheiros foram fotografados em Severomorsk supostamente sendo imunizados. A publicação acrescentou que a ordem foi dada durante uma videoconferência com ministros, na quarta-feira. Até o fechamento desta edição, a Rússia registrava 2,3 milhões de contágios e 40.630 óbitos.
Distribuição
A emissora britânica BBC divulgou, ontem, que o primeiro carregamento de vacinas da Pfizer/BioNTech chegou ao Reino Unido ontem. As autoridades mantêm em segredo o destino do lote de imunizantes e afirmam que ele será distribuído para centros de vacinação espalhados pelo território britânico. Na quarta-feira, o primeiro-ministro Boris Johnson tinha assegurado que a imunização da população terá início na próxima semana com as primeiras 800 mil doses. A vacinação não será compulsória e vai priorizar idosos em asilos e seus cuidadores, além da população com mais de 80 anos e os profissionais da área da saúde. O imunizante, desenvolvido com base na técnica de RNA mensageiro (mRNA), precisa ser acondicionado a 70 graus centígrados abaixo de zero.
O Reino Unido ainda está sob as regras de comercialização de medicamentos da União Europeia (UE) até 31 de dezembro, o fim de um período de transição pós-Brexit, mas aprovou a vacina sob um dispositivo de emergência na lei continental. O ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn, falando em uma videoconferência com seus colegas da UE, disse anteontem: “A ideia não é ser o primeiro, mas ter uma vacina segura e eficiente”. A vacina da Pfizer/BioNTech oferece até 95% de proteção contra a covid-19. A imunidade completa demanda duas doses, aplicadas num intervalo de 21 dias. No 12º dia após a inoculação da primeira dose, o corpo humano começa a criar os anticorpos.