Seis pessoas morreram nesta terça-feira (29) em um poderoso terremoto de magnitude 6,4 que atingiu a região central da Croácia, causando pânico, destruindo casas e deixando a população no escuro.
A cidade de Petrinja e seus arredores foram seriamente afetados pelo terremoto, que chegou a ser sentido nos países vizinhos. Alguns dos seus 20 mil habitantes se preparavam para passar a noite ao relento, com medo de possíveis tremores secundários.
Além disso, cerca de vinte pessoas foram hospitalizadas, incluindo duas em estado crítico, informou o canal de televisão local N1.
De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), o epicentro do abalo sísmico foi registrado cerca de 50 km a sudeste da capital Zagreb, na região de Sisak. O lugar já havia sido afetado na véspera por um tremor mais fraco, que causou danos em edifícios.
Uma menina foi encontrada morta em Petrinja, segundo o primeiro-ministro Andrej Plenkovic. A mídia croata indicou que ela tinha 12 anos. Outras quatro pessoas morreram na cidade vizinha de Glina, segundo a imprensa local, que citou fontes oficiais.
A eletricidade foi cortada em Petrinja e, após o pôr do sol, o centro da cidade ficou no escuro. Na praça principal, vários edifícios foram completamente destruídos. A polícia e o exército correram para limpar os escombros com retroescavadeiras.
"Não é seguro aqui, está claro", disse o primeiro-ministro Plenkovic, que foi até o local. Ele afirmou que as autoridades vão instalar contêineres para abrigar pessoas cujas residências estão sob risco.
- Noite no carro -
Temendo outro terremoto, moradores como Vesna, uma aposentada de 70 anos, se prepararam para passar a noite em seus carro. "Minhas netas já estão lá. Temos medo de voltar para casa", contou à AFP. Os aposentados se reuniram em um parque, enrolados em cobertores, com medo de retornar a suas casas.
"Todos os azulejos do banheiro estão quebrados, todos os pratos estão no chão", relatou à AFP Marica Pavlovic, uma trabalhadora de 72 anos. "Mesmo se quiséssemos ir para casa, não poderíamos, não há luz."
O prefeito Darinko Dumbovic, por sua vez, afirmou que os danos ainda estão sendo avaliados. "A cidade é um campo em ruínas. O pânico é geral", acrescentou.
- O epicentro -
Segundo Plenkovic, um jardim de infância, felizmente vazio, está entre os prédios que colapsaram.
"A cidade é, na verdade, uma grande ruína. Estamos salvando gente, estamos salvando vidas. Temos mortos, desaparecidos, feridos (...) é uma catástrofe", disse ele à rádio nacional.
O ministro da Saúde, Vili Beros, explicou que os pacientes com covid-19 e outros internados no hospital psiquiátrico serão transferidos para outras cidades para deixar leito para as vítimas do sismo.
Com profundidade de 10 km, o tremor aconteceu por volta das 8h30 de Brasília. Imagens da cidade mostravam o colapso de telhados e ruas com tijolos e escombros.
Socorristas e o Exército foram mobilizados para buscar possíveis pessoas presas sob os destroços dos prédios afetados.
Em março, um terremoto de 5,3 sacudiu a capital croata, provocando danos materiais significativos. Os Bálcãs são uma zona de forte atividade sísmica, e esses fenômenos são frequentes.
- Central nuclear fechada na Eslovênia -
O terremoto foi sentido na capital da Eslovênia, Liubliana, assim como em vários países da região, especialmente na Hungria e na Áustria, relataram testemunhas em depoimentos aos jornais.
A planta nuclear eslovena de Krsko foi fechada de forma preventiva, informou uma porta-voz desta central atômica.
"Posso confirmar o fechamento preventivo" da unidade, disse a porta-voz Ida Novak Jerele à AFP, sem dar mais detalhes.
Construído na época da antiga Iugoslava e em funcionamento desde 1983, o reator do tipo Westinghouse de Krsko, de 700 megawatts de potência, é o único da Eslovênia. O país compartilha essa usina nuclear com a Croácia.
O encerramento de suas atividades havia sido programado para 2023, mas acabou adiado em 2015 por mais 20 anos.
A equipe de proteção civil da União Europeia estava "pronta para viajar para a Croácia assim que a situação permitisse", escreveu a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no Twitter.
Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, disse: "Nossos pensamentos estão com os feridos e os trabalhadores da linha de frente".
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