Justiça

Envolvido no assassinato do dirigente libanês Rafic Hariri é condenado à prisão perpétua

Salim Ayyash, de 57 anos, foi condenado à revelia em agosto por seu papel no atentado suicida, no qual morreram o bilionário sunita e outras 21 pessoas

Agência France-Presse
postado em 11/12/2020 12:27
 (crédito: Peter Dejong / ANP / AFP)
(crédito: Peter Dejong / ANP / AFP)

Um tribunal da ONU sentenciou à prisão perpétua nesta sexta-feira (11/12) Salim Ayyash, um suposto membro do movimento xiita Hezbollah, por sua participação no assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri em 2005.

De acordo com o juiz David Re, do Tribunal Especial para o Líbano (TSL), instalado em Leidschendam (Holanda), a corte ordenou "impor a pena máxima" para Salim Ayyash.

Salim Ayyash, de 57 anos, foi condenado à revelia em agosto por seu papel no atentado suicida, no qual morreram o bilionário sunita e outras 21 pessoas.

Ayyash continua foragido, e Hassan Nasrallah, secretário-geral da organização xiita Hezbollah, recusa-se a entregá-lo, assim como os três outros réus que acabaram sendo absolvidos.

Em uma audiência realizada em novembro, os promotores consideraram a prisão perpétua como a "única condenação justa e proporcional" para Salim Ayyash, considerando-se que se tratou do "ataque terrorista mais grave no território libanês".

Também exigiram o confisco dos bens de Salim Ayyash.

Hariri foi primeiro-ministro do Líbano até sua renúncia, em outubro de 2004. Foi morto em fevereiro de 2005, quando um homem-bomba detonou uma caminhonete cheia de explosivos na passagem de seu comboio blindado. O ataque deixou 22 mortos e 226 feridos.

Em sua decisão de agosto, os juízes descobriram que havia provas suficientes para determinar que Salim Ayyash estava no centro de uma rede de usuários de telefones celulares que espionou os movimentos e gestos de Rafiq Hariri nos meses que antecederam seu assassinato.

Não havia, porém, evidências suficientes para condenar os acusados Assad Sabra, Hussein Oneisi e Hasan Habib Merhi, disseram os magistrados.

De acordo com os juízes, também não há evidências de que o ataque esteja relacionado com a liderança do movimento Hezbollah, ou com seus aliados em Damasco.

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