Suspeita de terrorismo

Na Alemanha, duas pessoas são mortas e 15 ficam feridas após atropelamento

As autoridades estão em alerta em relação à ameaça islâmica que pesa sobre o país, principalmente desde um ataque com caminhão reivindicado pelo grupo EI que matou 12 pessoas em dezembro de 2016

Agência France-Presse
postado em 01/12/2020 12:44
Polícia e ambulâncias trabalham no local onde um carro atropelou pedestres em Trier, no sudoeste da Alemanha, em 1º de dezembro de 2020. -  (crédito: Jean-Christophe VERHAEGEN / AFP)
Polícia e ambulâncias trabalham no local onde um carro atropelou pedestres em Trier, no sudoeste da Alemanha, em 1º de dezembro de 2020. - (crédito: Jean-Christophe VERHAEGEN / AFP)

Um carro atropelou nesta terça-feira transeuntes em uma área de pedestres em Trier, sudoeste da Alemanha, matando dois e ferindo cerca de 15, e seu motorista foi preso, informou a polícia, em meio a temores de atentados.

A polícia ainda não conseguiu determinar se foi um acidente, o gesto de uma pessoa desequilibrada ou um possível ataque.

Pelo menos duas pessoas morreram e várias ficaram feridas nesta cidade da Renânia-Palatinado, no sudoeste da Alemanha, não muito longe da fronteira com Luxemburgo, informou a polícia no Twitter.

Quinze pessoas ficaram feridas, algumas "gravemente", segundo o prefeito da cidade, Wolfram Leibe, referindo-se a um "motorista louco".

O veículo foi apreendido pelos investigadores, segundo a polícia.

A polícia e a prefeitura de Trier pediram à população que evite esta zona de pedestres no centro da cidade, onde um importante dispositivo de segurança foi mobilizado.

Um curto vídeo da zona de pedestres mostrava barracas viradas e destroços na calçada.

Um homem foi preso, acrescentou a polícia local, sem dar mais detalhes.

Se a origem do incidente ainda não foi estabelecida, acontece em um contexto tenso na Alemanha.

As autoridades estão em alerta em relação à ameaça islâmica que pesa sobre o país, principalmente desde um ataque com caminhão reivindicado pelo grupo Estado Islâmico que matou 12 pessoas em dezembro de 2016 em Berlim.

Este ataque jihadista foi o mais mortal já cometido em solo alemão.

Ameaças jihadista e da extrema direita

Desde 2009, as autoridades alemãs frustraram 17 tentativas de ataque, a maioria desde o atentado de 2016, de acordo com o Ministério do Interior.

Recentemente, um sírio de 20 anos matou um transeunte com uma faca numa rua em Dresden e feriu um segundo por motivações islamitas. Ele foi preso.

A polícia também desmantelou na primavera de 2020 na Renânia do Norte-Vestfália uma célula de supostos terroristas do Tadjiquistão ligados ao grupo Estado Islâmico, segundo o promotor antiterrorismo, Peter Frank, em 1º de novembro.

"A Alemanha e a Europa Ocidental ainda estão na mira dos islâmicos radicais", alertou.

Desde 2013, o número de islâmicos considerados perigosos na Alemanha aumentou cinco vezes e atualmente é de 615, de acordo com o Ministério do Interior.

O número de salafistas é estimado em cerca de 11 mil, o dobro de 2013.

Em 2020, 320 novas investigações foram abertas na Alemanha envolvendo uma ameaça islâmica, um número em declínio que, no entanto, "nada diz sobre o perigo qualitativo", de acordo com Peter Frank.

Além do ataque com caminhão no mercado de Natal da capital, o EI assumiu a responsabilidade em 2016 por um assassinato a facadas em Hamburgo, um atentado a bomba em Ansbach que deixou 15 feridos e matou o agressor, bem como um ataque com machado em um trem na Baviera (5 feridos), cujo autor foi morto a tiros pela polícia.

A Alemanha também enfrenta o terrorismo de extrema direita, com vários tiroteios fatais nos últimos dois anos em Halle, no Yom Kippur, ou Hanau, em fevereiro, tendo como alvo bares shisha.

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