Estratégia

Opositor russo pede que UE aplique sanções financeiras a pessoas próximas a Putin

Na opinião do líder opositor russo Alexei Navalny, enquanto os iates luxuosos dos milionários russos continuarem a viajar para Barcelona, ou para Mônaco, "ninguém na Rússia levará as sanções a sério"

O líder opositor russo Alexei Navalny pediu ao Parlamento Europeu, nesta sexta-feira (27/11), que a União Europeia (UE) adote sanções contra oligarcas e milionários russos próximos ao presidente Vladimir Putin, se o bloco quiser ser levado a sério.

Em videoconferência com membros do Comitê de Relações Exteriores, Navalny disse que "chegou a hora de desenvolver uma nova estratégia" para a UE em relação à Rússia.

"Não apenas corrigindo a estratégia antiga, mas desenvolvendo uma nova", disse ele.

Para o opositor russo, a melhor alternativa é acertar "no dinheiro".

"A UE deve acertar o dinheiro dos oligarcas. Não apenas os mais antigos, mas também os mais recentes, membros do círculo mais próximo de Putin", opinou.

"Não faz sentido aplicar sanções a coronéis, generais, ou a pessoas que não viajam muito para o exterior, ou que não têm propriedades, ou contas bancárias no exterior", disse o líder da oposição na videoconferência.

Na opinião de Navalny, enquanto os iates luxuosos dos milionários russos continuarem a viajar para Barcelona, ou para Mônaco, "ninguém na Rússia levará as sanções a sério".

Em agosto, o principal adversário do Kremlin passou mal durante um voo da Sibéria para Moscou. Internado com urgência em Omsk, permaneceu ali por alguns dias até ser transferido para a Alemanha, onde os médicos concluíram que ele havia sido envenenado com o agente nervoso Novichok.

Navalny acusou Putin diretamente de estar por trás de seu envenenamento, o que Moscou rejeitou.

Em 15 de outubro, a UE anunciou a adoção de sanções contra seis colaboradores de Putin no chamado "caso Navalny".

A lista de funcionários sob sanção inclui o chefe da Diretoria de Política Interna da Presidência russa, o diretor do Serviço de Segurança Federal, dois vice-ministros da Defesa, um alto funcionário do Gabinete Executivo da Presidência e o representante de Putin na Sibéria.