A morte de Diego Armando Maradona, vítima de uma parada cardiorrespiratória, aos 60 anos, levou mais de 1 milhão de pessoas ao velório do astro, na Casa Rosada, sede do governo argentino, segundo veículos de imprensa locais. A despedida, no entanto, chamou a atenção pelas longas filas e confusão entre fãs e policiais.
Ainda na noite desta última quarta-feira (25/11), centenas de pessoas saíram pelas ruas de Buenos Aires para lamentar a morte do jogador. Por causa disso, a polícia decidiu fechar a Avenida 9 de julho, uma das principais vias de tráfego da capital argentina, mais cedo do que o esperado. Entretanto, a ação ocasionou filas quilométricas, além da revolta dos fãs que estavam no local e temeram não conseguir chegar ao ídolo a tempo do velório.
Na tentativa de dispersar a fila que se estendia por mais de 25 quarteirões, o agrupamento acabou tendo que lidar com objetos sendo arremessados.
Duas principais confusões foram registradas junto a um cordão de isolamento com escudos feito pelos agentes, gás lacrimogêneo e balas de borracha lançadas em direção às pessoas. Na tentativa de fuga, fãs acabaram por derrubar as grades postas no local.
Aos poucos, o conflito foi sendo controlado. Porém, devido ao tumulto, muitas pessoas aproveitaram para furar fila, o que acabou gerando pequenas confusões ao longo do dia. Devido ao desentendimento, o velório do craque argentino foi estendido até as 19 horas (horário de Brasília).
Clima de tranquilidade na Casa Rosada
Dentro e fora do palácio do governo, conhecida como Casa Rosada, a situação permanece tranquila. A orientação passada para a população é que a fila fosse respeitada. Além disso, não se deve parar em frente do caixão para que haja um fluxo contínuo de pessoas. Também é obrigatório o uso de máscaras como forma de prevenção ao novo coronavírus.
Ex-namorada impedida de entrar no velório
"Todos passam menos eu", denunciou nesta quinta-feira (26/11) Rocío Oliva, ex-namorada de Diego Maradona, ao afirmar que foi impedida de entrar no velório íntimo que reuniu a família do ídolo na Casa Rosada, antes da entrada do público.
Pouco antes do amanhecer, Oliva, companheira de Maradona por seis anos até 2018, chegou à sede do governo e, depois de conversar com a equipe de segurança, retirou-se.
"Me disseram para vir às 7 da manhã quando todos chegassem", reclamou, chorando diante da imprensa.
Os conflitos entre as ex-namoradas de Maradona e as desavenças entre seus filhos foram uma constante nos últimos anos, com desacordos geralmente revelados por redes sociais e canais de televisão.
"Me dói que não me deixem entrar, não me deixando entrar também magoam Diego. Sou a última mulher de Diego, ninguém entende, fui a única mulher que Diego queria ver. Toda a maldade que estão fazendo comigo será paga", disse a jovem de 30 anos.
Advogado reclama da demora no socorro
Um dia depois da morte de Diego Maradona, o advogado do astro, Matias Morla, usou as redes sociais para reclamar da demora no socorro por parte do serviço de saúde da Argentina ao craque no final da manhã de quarta (25/11). Em um comunicado oficial, ele disse também que é "inexplicável" que Maradona não tenha tido atenção durante 12 horas do pessoal destinado a cuidar dele.
"Quanto ao informe da perícia de San Isidro, é inexplicável que durante 12 horas meu amigo não tenha tido atenção nem controle por parte do pessoal de saúde deslocado a esse fim. A ambulância demorou mais de meia hora para chegar, o que foi um crime. Este fato não pode passar por alto e vou pedir que se investigue até as últimas consequências", escreveu Morla no Instagram.
A autópsia, realizada no início da noite de quarta-feira, concluiu que a causa da morte foi por insuficiência cardíaca, que gerou um edema agudo no pulmão e um mal súbito. "Insuficiência cardíaca aguda, em um paciente com uma miocardiopatia dilatada, insuficiência cardíaca congestiva crônica que gerou edema agudo de pulmão", disse o comunicado.