Em sua luta para controlar números recorde de casos de covid-19, Los Angeles fechou a partir desta quarta-feira (25/11) seus bares e restaurantes, na véspera do Dia de Ação de Graças, enquanto vários países da Europa começam a suavizar as restrições frente às festividades de fim de ano.
A decisão tomada pela segunda maior cidade dos Estados Unidos estará vigente por ao menos três semanas, na qual seu secretário da Saúde também pediu aos cidadãos que evitem as grandes reuniões em família.
"É importante dizer 'não', mesmo quando se trata das pessoas mais próximas de nossa família", afirmou o doutor Mark Ghaly, acrescentando que excluiu sua mãe de uma celebração prevista.
As autoridades de saúde americanas pediram, pela primeira vez, aos seus cidadãos que não viajem para celebrar este feriado em que as famílias costumam se reunir.
Com o país enfrentando um crescente número de casos e mortes, os planos para distribuir a vacina se aceleram.
Mais de seis milhões de doses da vacina contra a covid-19 da Pfizer-BioNTech estarão disponíveis na primeira semana, desde que obtenha a autorização emergencial, esperada para o próximo mês, e 40 milhões antes do fim de dezembro, segundo as autoridades.
Enquanto isso, Estados Unidos registrou mais 86.000 hospitalizações por coronavírus na terça-feira, um recorde, assim como 167 mil novos casos e mais de 2.000 mortes.
Enquanto o gigante americano lida com sua crise, alguns países da Europa implementam um relaxamento das restrições frente às festas de Natal, em um momento em que a segunda onda de contágios começa a diminuir após semanas de confinamentos.
No entanto, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, alertou contra um relaxamento precipitado.
"Devemos aprender com o verão [boreal] e não repetir os mesmos erros, relaxando muito rápido", lembrou ela nesta quarta-feira.
Sinais confusos
Em outras partes da Europa, 16 estados alemães acordaram suavizar ligeiramente os limites de contato social no Natal, apesar de os casos se aproximarem do milhão por lá. Os líderes regionais decidiram limitar as reuniões para 10 pessoas durante o feriado de 23 de dezembro a 1° de janeiro, o dobro do limite para o resto do mês.
Na Austrália, Nova Gales do Sul, o estado mais populoso do país, flexibilizou as medidas de distanciamento social e permitiu aos funcionários retornarem aos seus locais de trabalho, após três semanas sem nenhum caso de transmissão local de covid-19.
Singapura, que ostenta uma das menores taxas de morte pelo vírus do mundo, anunciou que não tem focos ativos no país pela primeira vez desde que o vírus chegou no começo do ano.
Também há boas notícias na China, que registrou somente cinco novos casos de coronavírus na terça-feira, todos importados, segundo as autoridades.
Os sinais esperançosos que chegam da Ásia foram, no entanto, afetados pela segunda onda que atinge o Paquistão e o Japão.
Mais de 1,4 milhão de pessoas morreram por causa do vírus em todo o mundo e a quantidade de casos beira os 60 milhões, segundo a Universidade Johns Hopkins.
Marcas profundas
Na América Latina e Caribe, a região com mais mortes por covid-19, com 438.000 e mais de 12,5 milhões de casos, o México poderia receber em dezembro as primeiras vacinas desenvolvidas pela Pfizer e BioNTech caso os processos para sua aprovação cumpram com os prazos previstos, segundo anunciou seu chanceler na terça-feira.
Na Argentina, a vacinação poderia começar em janeiro, tal e como adiantou na terça-feira o ministro da Saúde de um dos países com maior taxa de letalidade do mundo por covid-19.
El Salvador, por sua vez, anunciou um acordo com a farmacêutica AstraZeneca para o fornecimento de dois milhões de doses da vacina a partir do primeiro semestre de 2021.
Mesmo quando as vacinas estiverem disponíveis, qualquer retorno à normalidade para uma economia global quebrada pelo vírus parece ainda muito distante.
Apesar de tudo, o otimismo dos avanços científicos deu um pouco de ar para cidadãos esgotados por meses de pandemia em todo o mundo e motivou as bolsas.