Pelo menos cinco pessoas morreram e seis estavam desaparecidas após o transbordamento de um riacho na periferia de Cúcuta no nordeste da Colômbia, informaram as autoridades nesta quarta-feira(18).
O riacho Tonchala, na cidade de Cúcuta, rompeu seu curso na noite de terça-feira, "causando uma enchente que varreu tudo em seu caminho", disse à AFP a assessoria de imprensa da secretaria local de Gerenciamento de Risco de Desastres.
Cerca de 209 casas foram afetadas, árvores caíram e uma camada de lama cobriu o solo.
A prefeitura alertou pelo Twitter sobre as terríveis consequências da construção de casas "em áreas de alto risco", nas margens de rios e riachos.
A cidade, na fronteira com a Venezuela, é uma das cidades mais pobres da Colômbia, onde quase metade (45,4%) da população vive com menos de três dólares por dia, segundo o órgão nacional de estatística.
Muitos das construções afetadas eram casas precárias em bairros de invasão.
A Colômbia enfrenta uma devastadora estação de chuvas. Até terça-feira, autoridades já registravam pelo menos 27 mortos em dois meses e dezenas de milhares de vítimas e feridos, principalmente em Antioquia, Chocó, Norte de Santander, Cundinamarca e Cauca.
Além disso, 26 dos 32 departamentos do país foram castigados com 154 inundações, 143 deslizamentos, 56 vendavais, 47 temporais, 32 aumentos súbitos nos níveis de rios e riachos e três tempestades elétricas.
Segundo a Unidade Nacional de Gestão de Riscos de Desastres, as chuvas catastróficas deste ano estão relacionadas ao fenômeno La Niña, causado pelo resfriamento do oceano Pacífico.
O país também enfrenta os estragos causados pela passagem do furacão Iota no arquipélago de San Andrés, Santa Catalina e Providência, que deixou pelo menos dois mortos e seis feridos.
Nesta quarta-feira, o presidente Iván Duque declarou "situação de desastre" no departamento da ilha para facilitar a ajuda do governo central e aliviar os danos em mais de 90% das construções de Providencia.
A mudança climática produz um aumento da temperatura nas camadas superficiais dos oceanos, o que gera poderosos furacões e tempestades com maior quantidade de água.
Os fenômenos ameaçam especialmente as comunidades costeiras, segundo estudos do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).