O Santander, principal banco espanhol, anunciou nesta sexta-feira (13) durante uma reunião com os sindicatos que pretende cortar 4.000 empregos na Espanha, afirmou um representante do sindicato Comissões Operárias à AFP.
"Cerca de 1.000 empregos" também serão "reorganizados internamente", afirmou uma outra fonte próxima às negociações, destacando que os cortes de emprego se devem principalmente ao crescimento dos serviços online, uma transformação "acelerada pela pandemia" de covid-19.
"O uso de canais digitais aumentou quase 50% em 2020" e o banco espera que "as transações nas agências caiam pela metade nos próximos dois anos", explicou a fonte.
O Santander anunciou em 2019 o desejo de reduzir seus custos em 1,2 bilhão de euros por ano durante os próximos anos. Ao mesmo tempo, planejou dedicar mais de 20 bilhões de euros ao longo de quatro anos à "transformação digital e à tecnologia".
O banco já cortou em 2019 mais de 3.200 empregos como parte de uma reestruturação ligada à incorporação do Banco Popular em 2017, que também previu o fechamento de 1.150 agências.
Apesar de uma melhora no terceiro trimestre, o Santander sofreu bastante com o impacto da pandemia de covid-19, com um prejuízo líquido de 9 bilhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o primeiro da história do grupo.
Na terça-feira, o quinto maior banco da Espanha, Banco Sabadell, anunciou a intenção de cortar 1.800 empregos como parte de uma grande reestruturação.
Devastados pela crise financeira de 2008, os bancos espanhóis demitiram entre 2008 e 2019 cerca de 100.000 pessoas, o equivalente a 37% da equipe do setor em 2008, segundo o sindicato Comissões Trabalhistas.