A ONU pediu, nesta sexta-feira (13), uma "investigação independente" e mencionou possíveis "crimes de guerra" para os muitos civis que morreram na região do Tigré, na Etiópia, onde o governo federal lançou uma operação militar.
"Apesar de os detalhes do 'massacre' informado pela Anistia Internacional em Mai-Kadra, no sudoeste de Tigré, ainda não terem sido suficientemente verificados", a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, pede uma "investigação completa", anunciou seu escritório.
"Caso se confirme que eles foram deliberadamente cometidos por uma das partes nos combates, essas mortes de civis equivaleriam, obviamente, a crimes de guerra, e deve haver uma investigação independente e responsabilização pelo que aconteceu”, acrescentou Bachelet, conforme o comunicado.
Na quinta-feira, a Anistia Internacional denunciou que vários civis foram mortos durante um "massacre" cometido,segundo testemunhas, pela guerrilha na região etíope dissidente de Tigré. Lá, uma operação do Exército obrigou mais de 11 mil pessoas a se refugiarem no Sudão.
É a primeira vez que um grande número de mortes de civis é relatado desde o início em 4 de novembro deste conflito entre o governo etíope do primeiro-ministro Abiy Ahmed e a Frente de Libertação dos Povos do Tigré (TPLF), o partido no poder nesta região separatista no norte do país.
A Anistia disse não ter informação suficiente para identificar os autores do massacre, mas falou com testemunhas, que os atribuíram à guerrilha da TPLF.