Os observadores eleitorais da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) acusaram o presidente americano, Donald Trump, nesta quinta-feira (5/11), de "flagrante abuso de poder" por ter pedido a interrupção da apuração de votos antes do fim do processo.
"O que é verdadeiramente perturbador é que o chefe de Estado norte-americano tenha pedido o fim da contagem da Casa Branca, ou seja, com todos os símbolos do poder ao seu redor, devido a sua suposta vitória. Foi um flagrante abuso de poder", disse o deputado alemão Michael Georg Link, que coordena a missão de observação internacional, em entrevista ao jornal alemão "Stuttgarter Zeitung".
O deputado reiterou que as "acusações de manipulação de Trump não têm fundamento".
O presidente acusa os democratas de "roubarem" as eleições por depositarem votos após o fechamento das seções.
"Nossos colegas estão no local e podem confirmar que os observadores eleitorais dos diferentes campos políticos foram admitidos e que o voto por correio continua sendo contabilizado corretamente", disse Link.
Segundo o deputado, há "um tratamento extraordinariamente profissional do fluxo de voto por correio".
A OSCE teme as consequências de longo prazo, na opinião pública americana, da incerteza e das dúvidas que impregnaram este processo eleitoral e alerta quanto ao risco de radicalização.
Formada por 57 países, entre eles Estados Unidos, Rússia, Turquia e todos os Estados europeus, a OSCE é um dos poucos fóruns de diálogo entre Ocidente e os ex-países soviéticos. Faz missões internacionais de observação de processos eleitorais e esteve à frente de uma missão sobre o conflito na Ucrânia.