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Eleição nos EUA: Biden vira em Michigan e depende de Nevada para ser presidente

Democrata Joe Biden agora lidera nos três últimos estados que precisa para vencer, mas por margem frágil que chega a 0,2 pontos percentuais

Entrando na reta final da apuração das eleições nos Estados Unidos, os democratas assistiram à virada de Joe Biden no estado do Michigan. Ainda com 5% das urnas sendo apuradas, o candidato reverteu a vantagem de Donald Trump, que chegou a ser de 50 mil votos para assumir a dianteira com 15,8 mil. O resultado acompanha uma tendência que vem desde a madrugada e, com cerca de 300 mil votos a serem computador, as bolsas de apostas já indicam a preferência por Biden.

Com Wisconsin às vésperas de anunciar a vitória de Biden, todos os olhos se voltarão para Nevada, que será a última peça do quebra-cabeças para definir o novo presidente norte-americano. Mas a ansiedade vai continuar por um tempo - para contabilizar os votos antecipados por correspondência que chegaram a partir da terça-feira (3/11), o estado suspendeu a divulgação de sua apuração até esta quinta-feira (5/11), quando o anúncio será realizado pela Divisão Eleitoral do estado. Os republicanos chegaram a alegar problemas em máquina de contagem de votos e pediram à Suprema Corte do estado para que processo fosse interrompido, mas pedido não foi atendido. Os votos presenciais já foram contabilizados.

Se confirmar esses três estados, Joe Biden assumirá a Casa Branca, sem a tensão de esperar a apuração dos quase 3 milhões de votos que ainda restam na Pensilvânia e seu grande colégio eleitoral que põe 20 delegados em disputa. Justamente por isso, a pressão será gigantesca em Nevada, cuja contagem de votos ainda não foi atualizada desde a madrugada e onde ainda há um terço de todos os votos para serem contabilizados. No entanto, ao longo de toda a apuração, bem como as pesquisas anteriores ao pleito, a tendência do estado é pelos democratas.

O próprio Biden declarou nessa manhã que só comemoraria após a apuração ser irreversível e que "todo voto conta", então uma margem de vantagem mínima de apenas 7,6 mil votos ainda não provoca motivos para comemorar entre os democratas norte-americanos, mas o candidato já demonstra confiança no resultado: "sabia que iria demorar, mas que venceríamos". Matematicamente, todos os sete estados ainda podem inverter a tendência refletida ao meio-dia desta quarta-feira (4/11), mas são nos três estados que Biden lidera em que as margens de vantagem são mais frágeis, chando a 0,2 pontos percentuais nesse momento. 

Os estados (e seus respectivos delegados) ainda em disputa são Pensilvânia (20), Geórgia (16), Michigan (16), Carolina do Norte (15), Wisconsin (10), Nevada (6) e Alaska (3). Com vantagem de no mínimo 50 mil votos na Geórgia, Carolina do Norte e Alasca (siga apuração em tempo real), Trump também segue confiante do resultado final, já que conta para si a Pensilvânia, cuja vantagem diminuiu em 100 mil votos na última hora, mas segue acima de meio milhão de margem e era tido pela maioria dos especialistas como o estado que definiria a disputa. A chance de reeleição, que na madrugada parecia bem alta, agora recai nos resultados de Michigan e Nevada.

Michigan, Wisconsin e Pensilvânia tiveram os delegados direcionados para Trump em 2016, mesmo preferindo democratas nas três eleições anteriores. Dos 270 delegados necessários para ser declarado vencedor, Joe Biden já tem 238, contra 213 de Donald Trump. Com a vitória em Michigan, Wisconsin e Nevada, chegaria aos exatos 270 delegados que precisaria para vencer, contra 268 do opositor republicano, configurando uma das disputas mais apertadas da história (entenda o modelo das eleições americanas).

Caso os cenários não fiquem claros nesses três estados, tudo vai depender mesmo da Pensilvânia, cujo peso será definitivo e o vencedor pode demorar a ser anunciado, dada a massiva participação antecipada, com mais de 100 milhões de votos. Nesse momento, a vantagem numérica de de Joe Biden é de 2,45 milhões de votos, o que também pode indicar uma possível repetição do episódio de Hillary Clinton, em 2016, quando terminou na vantagem de votos, mas não de delegados, e foi derrotada por Donald Trump.

 

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