CONSTITUIÇÃO

'Sim' vence referendo constitucional na Argélia com taxa de abstenção recorde

A reforma da Carta Magna pretende fundar uma "nova República" argelina e atender as aspirações democráticas do Hirak, mas os integrantes deste movimento a rejeitaram por considerar as mudanças insuficientes e que perpetua um regime 'ultra presidencialista'

O "Sim" à reforma da Constituição argelina venceu com 66,8% dos votos o referendo marcado por uma abstenção recorde na história do país, anunciou nesta segunda-feira Mohamed Charfi, presidente da Autoridade Nacional Independente das Eleições (ANIE).

O "Não" recebeu 33,20% dos votos, informou Charfi durante uma entrevista coletiva na qual elogiou uma "etapa essencial para a construção de uma nova Argélia".

A taxa de participação foi de apenas 23,7%, a menor da história para uma consulta desta importância.

Apenas um quinto dos eleitores registrados votaram a favor da reforma constitucional, em uma consulta boicotada pelos manifestantes do movimento de protesto Hirak.

"As condições de organização do referendo eram um desafio para qualquer atividade política", afirmou o presidente da ANIE, que atribuiu a reduzida taxa de participação às restrições pela covid-19.

"O fato de o povo ter conseguido se expressar com total independência foi outro desafio na construção da nova Argélia, iniciada com o Hirak em 22 de fevereiro", acrescentou.

A reforma da Carta Magna pretende fundar uma "nova República" argelina e atender as aspirações democráticas do Hirak, mas os integrantes deste movimento a rejeitaram por considerar as mudanças insuficientes e que perpetua um regime 'ultra presidencialista'.