Nesta quarta-feira (25/11), Diego Armando Maradona, considerado um dos maiores jogadores de futebol do mundo, morreu vítima de uma parada cardiorrespiratória em casa, na cidade de Tigre, ao norte de Buenos Aires. Aos 60 anos, e uma extensa trajetória profissional, a perda do astro gerou grande comoção entre fãs e famosos. Na Argentina, o presidente Alberto Fernández decretou três dias de luto oficial no país e suspendeu suas atividades.
Ao fazer o pronunciamento, o presidente completou que o país "estará eternamente em dívida" com o jogador. "Maradona só nos deu alegrias, estamos eternamente em dívida", disse. "Maradona era um homem absolutamente genuíno, que expressava tudo com a força com que jogava futebol", acrescentou Fernández.
Em meio a homenagens em declarações, o velório do craque, que colecionava momentos de genialidade, assim como polêmicos, será realizado na Casa Rosada, sede do governo argentino, nesta quinta-feira (26/11). Antes, o corpo do craque passará por autópsia, mas o fiscal do Departamento Judicial de San Isidro, John Brovad, adiantou que não há sinais de violência no corpo.
Morte de Fidel Castro
O dia 25 de novembro ficará marcado na história pelo dia da morte do craque do futebol e também do cubano Fidel Castro. Coincidentemente, os dois amigos faleceram no mesmo dia, com quatro anos de diferença - o ex-líder da ilha caribenha morreu em 25 de novembro de 2016.
A relação dos dois sempre foi muito próxima, a ponto de Maradona tatuar a imagem do cubano em sua panturrilha esquerda - no bíceps direito tinha tatuado o rosto de Ernesto "Che" Guevara. E um fato marcante na vida do ex-jogador motivou essa adoração por Fidel: foi o ex-líder daquele país caribenho que estendeu a mão para Maradona se tratar da dependência das drogas.
Homenagens em vida e em morte
Foi o jornal argentino Clarín o primeiro a dar ao mundo a notícia da morte do astro do futebol. Algumas horas depois da objetiva frase “morreu Diego Maradona”, o jornal deu grande destaque à comoção causada pela partida precoce do ídolo. Nas redes sociais, o assunto chegou a ficar entre os mais comentados do dia e a imprensa de todo o mundo noticiou a perda.
O prefeito de Nápoles, Luigi de Magistris, anunciou uma grande homenagem ao ex-jogador. O político usou as redes sociais para informar que o estádio San Paolo, casa do Napoli, passará a ser chamado de Diego Armando Maradona, considerado o maior ídolo da história do clube italiano.
Intitoliamo lo Stadio San Paolo a Diego Armando Maradona!!!
— Luigi de Magistris (@demagistris) November 25, 2020
Maradona chegou ao Napoli em 1984, após uma passagem de dois anos no Barcelona, onde chegou como contratação mais cara da história. No time italiano, viveu o auge de sua carreira e logo se transformou em ídolo da torcida. Magistris relembrou os sete anos de passagem do jogador no clube e ressaltou que “[Diego] resgatou Nápoles com sua genialidade”.
Mas não só de homenagens póstumas Diego Maradona é lembrado. Em vida, dezenas de diretores, cantores e escritores produziram filmes, séries, documentários, livros e música sobre a trajetória do astro mundial.
Maradona em Brasília
Em 18 de fevereiro de 2006, Brasil e Argentina se enfrentaram no Ginásio Nilson Nelson, com jogadores do duelo das oitavas de final da Copa do Mundo de 1990, como Maradona, Careca e Dunga. O craque argentino, no entanto, concentrou toda a atenção, além de causar tumulto, no que foi a primeira visita à capital brasileira.
À época, a disputa era de showbol, uma variação do futsal em que a bola não para, um confronto marcado pela rivalidade e sabor de reencontro. Aos 45 anos, Diego Armando Maradona, o próprio carrasco do Brasil, estava visivelmente recuperado se tratando da forma física e abuso de drogas.
"Vai ser um grande jogo, é uma oportunidade de rever os amigos, como Taffarel", disse ele, ao chegar em Brasília, sem saber da ausência do goleiro brasileiro das Copas de 1990, 1994 e 1998.
A chegada de Maradona foi marcante e concentrou a atenção da imprensa nacional. Naquele sábado, cerca de 5 mil pessoas foram prestigiar os jogadores. A vitória por 8 a 4 ficou com a Seleção Argentina. Dieguito, como era chamado, ao fim da partida em que comandou a conquista, recebeu um troféu entregue por políticos da época e o ex-capitão e jogador Dunga.
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