O Iêmen está em "perigo iminente" de sofrer "a pior fome que o mundo já conheceu em décadas" - advertiu o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, em um comunicado divulgado nesta sexta-feira (20).
A declaração, que se segue a várias advertências da ONU nas últimas semanas, foi feita no momento em que os Estados Unidos cogitam incluir os rebeldes huthis em sua lista de "organizações terroristas", o que complicaria ainda mais a entrega de ajuda humanitária no Iêmen.
"Na ausência de uma ação imediata, milhões de vidas podem ser perdidas", enfatiza Guterres no texto.
O líder da ONU evocou, indiretamente, a ameaça americana.
"Peço a todos que evitem tomar medidas que possam piorar a já desesperada situação", disse Gueterres, que insistiu no ponto em encontro posterior com a imprensa, após ser questionado sobre as intenções americanas relacionadas aos huthis.
Em uma "situação muito frágil" e enquanto são realizadas conversas entre as partes conflitantes na busca da paz, "acreditamos que toda iniciativa unilateral não seria provavelmente positiva. Não acredito que seja necessário fazer esse barco virar", explicou o chefe da ONU.
Como motivos para uma maior ameaça de fome, Guterres fala de uma "redução drástica" no financiamento da ajuda coordenada pela ONU em relação a 2018 e a 2019, a instabilidade da moeda iemenita e o obstáculo colocado pelos rebeldes para ajudar trabalhadores no terreno.
"Peço a todos os que têm influência que atuem urgentemente nesses temas para evitar uma catástrofe. Do contrário, corremos o risco de uma tragédia não apenas na perda imediata de vidas, mas com consequências que terão repercussões no futuro", alertou.
Se os Estados Unidos incluírem rebeldes iemenitas em sua lista, a interação com as autoridades huthis, a gestão dos impostos, o uso do sistema bancário, o pagamento de pessoal médico, a compra de alimentos e de combustível, assim como o acesso à Internet, poderão ser obstaculizados.
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