Igreja

Cardeal é punido pelo Vaticano por suspeitas de abuso sexual

O Vaticano tomou essas medidas "depois de uma investigação sobre acusações contra o cardeal Henryk Gulbinowicz e depois da análise de outras acusações sobre o passado do cardeal", segundo um comunicado da Nunciatura

Correio Braziliense
postado em 06/11/2020 20:16
 (crédito: POL. NADOLICE -/ AFP)
(crédito: POL. NADOLICE -/ AFP)

Um cardeal polonês de 97 anos, Henryk Gulbinowicz, foi punido nesta sexta-feira (6) pelo Vaticano e não poderá exercer seu ministério ou usar a insígnia após uma investigação cuja natureza não foi especificada, mas que segundo a mídia seria por suposto abusos sexuais.

O Vaticano tomou essas medidas "depois de uma investigação sobre acusações contra o cardeal Henryk Gulbinowicz e depois da análise de outras acusações sobre o passado do cardeal", segundo um comunicado da Nunciatura.

O cardeal também não poderá ser enterrado em uma catedral e terá que pagar uma quantia em dinheiro a uma fundação criada pelo episcopado polonês para ajudar as vítimas de abuso sexual.

Eleito cardeal por João Paulo II em 25 de maio de 1985, Gulbinowicz é arcebispo emérito de Wroclaw (sudoeste da Polônia) desde abril de 2004.

Ele foi acusado de abusar de um menor de 15 anos e proteger um padre acusado de pedofilia em 1989, assim como de não ter informado a Santa Sé sobre outro padre condenado pelo mesmo crime.

Este é o terceiro caso desse tipo na hierarquia eclesiástica superior na Polônia este ano.

Em meados de outubro, o Núncio Apostólico na Polônia anunciou a renúncia do Bispo de Kalisz, Edward Janiak, suspeito de encobrir abusos sexuais cometidos contra crianças por membros do clero.

E em agosto, o Papa Francisco aceitou a renúncia do arcebispo de Gdansk, Sawoj Leszek Gód, de 75 anos.

O polêmico Gód, famoso por seu alto estilo de vida e gosto pelo luxo, foi acusado no ano passado por padres de sua arquidiocese de intimidação psíquica diária.

Ele também é suspeito de ter mantido silêncio sobre supostos atos de vários padres, acusados pelo Ministério Público polonês de pedofilia, entre eles o capelão católico do sindicato Solidariedade, padre Henryk Jankowski, falecido em 2010.

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