Na medida em que a contagem de votos começou a mostrar com mais força cenários de vitória do democrata Joe Biden, o presidente Donald Trump se apoiou com força na retórica de fraude eleitoral devido aos votos pelo correio — algo que vem falando ao longo da corrida pela presidência norte-americana. Republicanos têm, no entanto, criticado a postura do presidente.
O governador de Maryland, o republicano Larry Hogan, disse que não há defesa para os comentários do presidente nesta noite que, segundo ele, "minam" o processo democráticos dos Estados Unidos. "A América está contando os votos e devemos respeitar os resultados como sempre fizemos antes. Nenhuma eleição ou pessoa é mais importante do que nossa democracia", escreveu no Twitter.
There is no defense for the President’s comments tonight undermining our Democratic process. America is counting the votes, and we must respect the results as we always have before. No election or person is more important than our Democracy. https://t.co/BOO2iaTsEf
— Larry Hogan (@LarryHogan) November 6, 2020
Integrante do Congresso norte-americano, o republicano Will Hurd afirmou: "Um presidente em exercício minando nosso processo político e questionando a legalidade das vozes de incontáveis americanos sem evidências não é apenas perigoso e errado, mas também prejudica o próprio alicerce sobre o qual esta nação foi construída. Cada americano deve ter seu voto contado."
O republicano Adam Kinzinger, também integrante do Congresso e representando o estado de Illinois, afirmou: "Queremos que todos os votos sejam contados, sim, todos os votos legais (é claro). Mas, se você tiver dúvidas legítimas sobre fraude, apresente evidência e leve-a ao tribunal. Pare de espalhar desinformação ... Isso está ficando insano", pontuou.
O ex-senador republicano por Arizona Jeff Flake, que já é um crítico a Trump, também se manifestou pelas redes sociais. "Nenhum republicano deve aceitar as declarações do presidente agora. Inaceitável. Ponto", escreveu. Flake ainda completou: "Caros republicanos, não esperem até que as eleições sejam convocadas para defender nossas eleições e nossas instituições democráticas. A hora é agora".
A senadora republicana Deb Fischer, sem citar Trump, disse estar orgulhosa por Nebraska por administrar uma eleição e contar todas as cédulas de acordo com a lei estadual. "Todos os outros estados devem fazer o mesmo de acordo com as regras estabelecidas por suas legislaturas estaduais. Isso é o que nossa Constituição exige e o que os eleitores merecem", escreveu.
Já o senador pelo estado da Flórida Marco Rubio defendeu a visão de Trump. Pelas redes sociais, ele afirmou: "Lembrete: quando os republicanos entram com ações judiciais nas eleições porque um estado não segue a lei, a mídia chama de 'infundado'. Quando os democratas entram com um processo eleitoral para forçar um estado a violar a lei, eles chamam de 'legítimo'".
Para Rubio, "se um candidato acredita que um estado está violando as leis eleitorais, eles têm o direito de contestá-lo no tribunal e produzir provas em apoio às alegações deles".
Ainda ontem, a senadora republicana do Alasca Lisa Murkowski ressaltou ser fundamental que seja dado aos funcionários eleitorais tempo para concluir seus trabalhos. "E que garantamos que todas as cédulas legalmente lançadas sejam permitidas e contadas. Os resultados serão conhecidos quando todas as cédulas forem contadas", pontuou.
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