Os alunos de todas as escolas da França respeitaram nesta segunda-feira um minuto de silêncio em homenagem a Samuel Paty, o professor que foi decapitado por um islamista radical por ter exibido caricaturas do profeta Maomé durante uma aula.
Após duas semanas de férias, 12 milhões de alunos retornaram às aulas na França nesta segunda-feira, em um país que retomou o confinamento pela pandemia de covid-19 na sexta-feira, mas com as escolas abertas e sob alerta máximo após uma onda de ataques extremistas.
Os estudantes de todo país leram um texto do célebre deputado francês Jean Jaurès, escrito em 1888, sobre a profissão de professor e a missão da escola pública. Em seguida respeitaram um minuto de silêncio às 11H00 (7h00 de Brasília).
Samuel Paty foi assassinado em Conflans-Sainte-Honorine, uma pequena cidade da região de Paris, em 16 de outubro, no último dia de aulas antes do recesso de outono (hemisfério norte).
Paty mostrou aos alunos uma caricatura do profeta Maomé durante uma aula sobre liberdade de expressão, o que provocou a fúria de alguns pais e uma campanha nas redes sociais contra o professor.
"Entendo sua emoção depois dos ataques terroristas, incluindo um diante de uma escola contra um professor", escreveu o presidente Emmanuel Macron em uma mensagem publicada no Instagram, Snapchat e Facebook.
"Hoje, na sala de aula, prestarão homenagem a Samuel Paty. Todos pensaremos nele, em vocês e em seus professores", completou.
Paty foi decapitado por um jovem checheno de 18 anos que foi morto pela polícia.
"Não aceitaremos que alunos sabotem o minuto de silêncio em homenagem a Samuel Paty", advertiu o ministro da Educação, Jean-Michel Blanquer, que disse que o desrespeito resultaria em "sanções".
Blanquer compareceu, ao lado do primeiro-ministro Jean Castex, à escola em que Paty trabalhava para participar na homenagem.
As escolas da França reabriram as portas com o país em alerta máximo.
Na quinta-feira passada, três pessoas foram assassinadas em uma igreja da cidade de Nice, em um ataque descrito pelo governo como um ato "terrorista islamita".
Macron prometeu defender o direito à liberdade de expressão, apesar do furor provocado no mundo muçulmano depois que o semanário satírico Charlie Hebdo voltou a publicar em setembro caricaturas de Maomé.
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