A sonda Osiris-Rex armazenou a cápsula de retorno de amostra (SRC) da espaçonave contendo uma boa quantidade de pedra e poeira do asteroide Bennu, informou a Nasa em uma coletiva de imprensa. Na quarta-feira, a equipe da missão enviou comandos para a nave, instruindo-a a fechar a cápsula — marcando o fim de uma das fases mais desafiadoras do projeto, que visa estudar esse corpo celeste a 330 milhões de quilômetros da Terra. “Terminamos a operação com sucesso”, disse Rich Burns, diretor do projeto da agência espacial norte-americana.
“Juntas, uma equipe composta pela indústria, academia e parceiros internacionais, além de uma equipe talentosa e diversificada de funcionários da Nasa com todos os tipos de especialização, colocou-nos no caminho para aumentar amplamente nossa coleção na Terra de amostras do espaço”, disse o administrador da Nasa, Jim Bridenstine. “Amostras como essa vão transformar o que sabemos sobre nosso universo e sobre nós mesmos, que é a base de todos os esforços da Nasa”, assinalou.
Os integrantes da missão passaram dois dias trabalhando ininterruptamente para realizar o procedimento de estiva, contou Bridenstine. O processo de carregamento da amostra é único em comparação com outras operações da espaçonave, e exigiu a supervisão contínua da equipe. Outra preocupação era garantir que a cabeça do coletor do material estava posicionada corretamente no SRC.
“Dada a complexidade do processo de colocar a cabeça do coletor de amostra no anel de captura, esperávamos que seriam necessárias algumas tentativas para arrumá-lo na posição perfeita”, disse Rich Burns, acrescentando: “Felizmente, a cabeça foi capturada na primeira tentativa, o que nos permitiu executar rapidamente o procedimento de estiva.”
Alerta
O processo de estiva, originalmente programado para começar no início de novembro, foi acelerado após a coleta de amostras, quando a equipe da missão recebeu imagens que mostravam a cabeça do coletor da espaçonave transbordando de material. As imagens indicaram que a espaçonave coletou bem mais de 60g de amostras da superfície de Bennu, e que algumas dessas partículas pareciam escapar lentamente da cabeça.
O interesse em analisar a composição dos asteroides do Sistema Solar baseia-se no fato de eles serem feitos dos mesmos materiais que formaram os planetas. As amostras chegarão à Terra em 24 de setembro de 2023, com um desembarque planejado para acontecer no Deserto de Utah. Com esse material, os laboratórios poderão realizar análises muito mais poderosas de suas características físicas e químicas.