ELEIÇÕES AMERICANAS

Atacado por Obama e Biden, Trump se mostra otimista a poucos dias das eleições

As pesquisas apontam para uma média de oito pontos de vantagem para Biden em nível nacional, mas essa distância está diminuindo nos estados-chave.

Um Joe Biden enérgico e um Barack Obama fiel a si mesmo acusaram, no sábado, Donald Trump de ter "fracassado totalmente" na gestão da pandemia de covid-19, mas o presidente americano demonstrou um entusiasmo inabalável apesar de estar muito atrás de seu rival nas pesquisas, a dez dias das eleições.

O sábado foi um dia de campanha marcado por uma intensidade rara. O presidente realizou três atos em outros estados, enquanto Biden realizou dois após pausa de seis dias e Obama conduziu mais um.

"Essa eleição é uma eleição entre uma super recuperação de Trump ou uma depressão de Biden", disse Trump na Carolina do Norte diante de um público convencido, destacando sua própria recuperação da covid-19 para prometer uma rápida recuperação econômica.

Transbordando de entusiasmo após ter votado antecipadamente na Flórida - "por um cara chamado Trump", segundo disse-, ele participou posteriormente de um ato em Ohio, antes de ir para Wisconsin à noite, dois estados de extrema importância para as eleições de 3 de novembro.

As pesquisas apontam para uma média de oito pontos de vantagem para Biden em nível nacional, mas essa distância está diminuindo nos estados-chave.

O magnata republicano parece estar recuperando algum terreno na Flórida, um estado que abriga 29 dos 270 votos eleitorais necessários e que ele não pode perder caso queira ser reeleito.

- "O pior dia" -
"Em dez dias, vamos vencer neste grande estado e ocuparemos por mais quatro anos a Casa Branca", disse o presidente em Ohio, lembrando sua vitória surpreendente nesse estado em 2016, na contra mão do previsto pelas pesquisas.

"Isso é a presidência de Trump", disse Joe Biden, que retomou os atos de campanha após uma pausa, desta vez em seu estado natal Pensilvânia, um estado que contribuiu para a vitória do atual presidente há quatro anos.

O candidato democrata de 77 anos, que conduz sua campanha com pausas e limita seu contato com a multidão por precaução sanitária, organizou dois atos no formato "drive-in".

"Ontem foi o pior dia que tivemos, mas novamente na noite de quinta, durante o debate, Donald Trump disse e continua dizendo que estamos no fim do túnel, que [o vírus] está indo e que vamos aprender" a conviver com ele, disse o ex-vice-presidente.

"Ele continua sem ter um plano", afirmou.

"Eu lhe disse que não estamos aprendendo a viver com o vírus, mas que ele está pedindo para morrermos com ele".

- "Equivocar por completo" -
O ex-vice-presidente de Barak Obama conta com o apoio do primeiro presidente negro dos Estados Unidos, que no sábado realizou seu próprio "drive-in" na Flórida, um estado que ganhou em 2008 e 2012 .

Muito popular entre os democratas e exibindo sua habilidade em atos públicos, Obama não perdoou seu sucessor.

"Essa pandemia teria sido difícil de administrar para qualquer presidente", mas "a ideia de que essa Casa Branca fez algo além de se equivocar por completo é absurda".

"Donald Trump não vai nos proteger agora de improviso. Nem sequer pode tomar as precauções mais básicas para proteger ele mesmo", ironizou.

"Precisaram recorrer a Obama" e "apenas 42 pessoas compareceram" ao ato, zombou Trump, que não hesita em organizar atos maiores com poucas medidas de prevenção contra o coronavírus.

"Temos milhares, dezenas de milhares de pessoas", destacou.

O presidente prometeu passar a realizar cinco atos de campanha todos os dias nesta última fase da campanha.

Como mais de 55 milhões de pessoas que já emitiram seu voto antecipadamente, o bilionário cumpriu com seu dever cívico mais cedo, na manhã de sábado em uma biblioteca em West Palm Beach, perto de sua casa de Mar-a-Lago, a residência fiscal desde que saiu de Nova York, onde foi vaiado há quatro anos quando foi votar.