Pandemia volta a assombrar a Europa

Espanha planeja novo estado de emergência, ante aumento de infecções pela covid-19. França tem 1 milhão de contágios. OMS alerta sobre momento crítico no Hemisfério Norte


A Espanha deve decretar novamente estado de emergência, com um aumento de 53,9% nos casos de covid-19 nas últimas duas semanas. O primeiro-ministro, Pedro Sánchez, conclamou a nação a manter a unidade e fez um prognóstico sombrio: “Virão meses muito duros”. De acordo com ele, o número real de infectados supera 3 milhões de pessoas. Segundo o jornal El País, o toque de recolher generalizado em todo o território espanhol depende de consenso entre os grupos políticos e deve anunciado neste fim de semana. “O vírus é transmitido entre pessoas. Para conter os contágios, o que temos que fazer é reduzir a mobilidade, os contatos sociais. Não existe alternativa: quanto maiores a mobilidade e os contatos, maior o contágio”, disse.
A França também superou a marca de 1 milhão de casos de covid-19 desde o começo da pandemia. De acordo com a agência de saúde pública, mais de 40 mil franceses foram contagiados em 24 horas. No total, houve 42.032 novos registros de covid-19 ontem, 310 a mais do que na véspera, um recorde desde a generalização dos testes em larga escala, alcançando no total 1.041.075 casos, segundo cifras publicadas pela agência. O número de mortos também foi alto, com 298 novos óbitos registrados em 24 horas para um total de ao menos 34.508 mortos desde o começo da pandemia.
Devido à gravidade da situação, o governo anunciou, anteontem, a extensão do toque de recolher a 38 novos departamentos e à Polinésia francesa. Cerca de 46 milhões de habitantes são afetados pela medida, considerada inevitável pelo governo. “Na fase em que nós estamos, não temos outra escolha”, disse o presidente Emmanuel Macron.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu, ontem, que o Hemisfério Norte encontra-se em um momento crítico frente a pandemia. “Muitos países experimentam um aumento exponencial de casos de covid-19, e isso leva os hospitais e as unidades de tratamento intensivo a estarem perto a ou terem ultrapassado seus limites de capacidade. E estamos apenas em outubro”, declarou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em entrevista coletiva. “Os próximos meses serão muito difíceis, porque alguns países seguem um rumo perigoso, afirmou. Maria Van Kerkhove, responsável pela gestão da pandemia na OMS, explicou que, nas últimas horas, cerca de metade dos casos registrados no mundo foram na Europa.


“Para conter os contágios, o que temos que fazer
é reduzir a mobilidade, os contatos sociais”

Pedro Sánchez, primeiro-ministro da Espanha