Um navio da estatal venezuelana de petróleo, a PDVSA, com mais de um milhão de barris de óleo cru, corre o risco de afundar no Golfo de Paria, entre a Venezuela e Trinidad e Tobago. Grupos ambientalistas demonstram preocupação, já que o acidente pode causar um desastre para a vida marinha.
Imagens divulgadas na sexta-feira (16/10) mostram o petroleiro Nabarima, operado pela PDVSA e pela italiana Eni, inclinado e emborcado em alto mar. Segundo a agência de notícias Reuters, a estatal planeja tirar parte do 1,3 milhão de barris de petróleo a bordo e passar para outra embarcação, que foi enviada ao local.
Marinha do Brasil
Em nota, a Marinha do Brasil afirmou que o petroleiro está a 1,3 mil quilômetros das águas brasileiras, e que a situação é acompanhada por um grupo de estudos que inclui o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A equipe segue monitorando “o comportamento das correntes marítimas e condições meteorológicas da região, além dos fatores de segurança da navegação, de forma a antecipar qualquer ação necessária". Segundo a Marinha, a corrente marítima do local leva em direção ao Mar do Caribe.
Riscos ambientais
Grupos ambientalistas demonstraram preocupação com a situação, e autoridades da vizinha Trinidad e Tobago disseram que planejam inspecionar o navio.
O secretário-executivo da FFOS (Pescadores e Amigos do Mar — em tradução livre), Gary Aboud, divulgou as imagens do Nabarima em uma rede social e afirmou que, "com base nas fotos, parece que as correntes das âncoras estão esticadas e sob extrema pressão".
Aboud explicou que, se as correntes da âncora quebrarem ou a âncora mudar, o navio vai virar e derramar cerca de 1,3 milhão de barris no ecossistema. Ele diz ser necessária a instalação de um equipamento de contenção de derramamento ao redor da embarcação, para que se preparem “para o pior”.
O secretário disse, ainda, ter sido ignorado pelo governo venezuelano ao escrever repetidamente em uma tentativa de alerta, e cobra um posicionamento dos embaixadores dos Estados Unidos e da União Europeia no país. "Todos os nossos apelos foram desconsiderados como se as organizações de base fossem invisíveis e como se a poluição de nossa bela região do Caribe não importasse", ressaltou.