Autoridades de saúde da Califórnia estabeleceram nesta terça-feira (20) rigorosas condições para a reabertura de parques temáticos como a Disneylândia, que foram forçados a fechar as portas por causa da crise do coronavírus. As novas diretrizes devem estender os fechamentos por mais algumas semanas.
De acordo com os aguardados protocolos, grandes parques como a Disney e a Universal Studios terão permissão para reabrir assim que a transmissão do coronavírus no condado em que operam atingir o nível "amarelo", o menos restritivo do estado. Já um parque menor poderá reabrir quando seu condado chegar ao segundo nível menos restritivo.
O condado de Orange, lar da Disneylândia na cidade de Anaheim, atualmente está no "vermelho", ou segundo nível, enquanto a Universal Studios está no "roxo", o nível mais restritivo do estado.
Uma vez autorizados a reabrir, os parques maiores só poderão operar com 25% da capacidade e os visitantes terão que fazer reservas com antecedência e usar máscaras, exceto ao comer ou beber, segundo as diretrizes.
Mark Ghaly, o secretário de Saúde da Califórnia, disse que se sabe ao certo quando os parques temáticos poderão de fato ser reabertos, já que as taxas de infecção da covid-19 andam oscilando muito. "Há um caminho à frente", disse ele aos repórteres. "Não sabemos quando, mas sabemos como".
Os parques de diversão da Califórnia foram obrigados a interromper suas operações em março. Em setembro, a Disney anunciou que cortaria 28 mil postos de trabalho, culpando as autoridades da Califórnia por se recusarem a aliviar as restrições que permitiriam a reabertura da Disneylândia.
O parque da empresa na Flórida voltou a funcionar em meados de julho com medidas de saúde e segurança reforçadas e capacidade reduzida.
Ken Potrock, presidente da Disneyland Resort, criticou os protocolos divulgados na terça-feira, dizendo que eles levariam ao fechamento de pequenos negócios familiares e manteriam o segundo parque temático mais visitado do mundo paralisado por tempo indeterminado.
"Provamos que podemos reabrir com responsabilidade, com protocolos de saúde e segurança baseados na ciência aplicados com rigor em nossas instalações de parques temáticos em todo o mundo", disse ele em um comunicado.
"Contudo, o Estado da Califórnia continua a ignorar esse fato, impondo diretrizes arbitrárias que sabe serem impraticáveis e que criam para nós um padrão muito diferente de outras empresas e instalações operadas pelo estado reabertas".
Erin Guerrero, presidente da Associação de Atrações e Parques da Califórnia, também denunciou as medidas, afirmando que elas vão devastar a indústria e basicamente "manter os parques temáticos fechados indefinidamente".
"Este plano prolonga o desemprego de dezenas de milhares de pessoas, acelera a falência de famílias e pequenos empresários adjacentes aos parques e contribui para a quebra de governos locais cujos orçamentos dependem dos parques como um motor econômico âncora", disse ele em nota.