Uma promotora grega pediu, nesta terça-feira (13/10), uma pena de 13 anos de prisão para os líderes do partido neonazista Amanhecer Dourado, considerados culpados na semana passada por "direção de organização criminosa".
A promotora Adamantia Economou solicitou esta pena para o líder do Amanhecer Dourado, Nikos Michaloliakos, negacionista e admirador do nacional-socialismo, assim como para outros seis líderes do partido neonazista, entre eles o eurodeputado Ioannis Lagos.
Seu pedido deve ser discutido por um painel de três juízes que anunciarão sua decisão até quinta-feira.
A promotora pediu penas de cinco a sete anos de prisão para outros 11 deputados do partido, entre eles a esposa de Michaloliakos.
Na segunda-feira, o Tribunal Penal de Atenas rejeitou todas as circunstâncias atenuantes que possam aliviar as penas de prisão enfrentadas pelos líderes do partido neonazista.
O recurso de Ioannis Lagos, que pediu a substituição de três juízes desse tribunal cujo veredicto considera "parcial", também foi rejeitado na noite de segunda-feira.
Lagos afirmou que os juízes "exigem o sangue de (...) pessoas inocentes e de suas famílias", e anunciou que considera recorrer à Corte Europeia dos Direitos Humanos.
O processo contra o Amanhecer Dourado é considerado um dos mais importantes da história política da Grécia.
Após cinco anos e meio de audiências, o tribunal qualificou com unanimidade na semana passada o partido paramilitar como "organização criminosa", um veredicto visto como "histórico" pela presidente da República, Katerina Sakellaropoulu, e por toda uma faixa da classe política grega.
O tribunal confirmou a culpabilidade do Amanhecer Dourado em vários crimes, como o assassinato do rapper e militante de esquerda Pavlos Fyssas na noite de 18 de setembro de 2013, o de um paquistanês no mesmo ano, ou as agressões contra sindicalistas comunistas também em 2013 e contra pescadores egípcios em 2012.
A promotora pediu prisão perpétua para o assassino de Fyssas, um ex-caminhoneiro.
Nikos Michaloliakos, fundador do partido paramilitar, rejeitou a condenação no Twitter: "Nos julgaram por nossas ideias", escreveu. Sua conta do Twitter foi suspensa pouco depois.
Este longo processo judicial provocou a queda progressiva do Amanhecer Dourado, terceira força política em 2015, que não obteve nenhum deputado nas últimas eleições legislativas em julho de 2019.