Frankfurt am Main, Alemanha - A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, alertou nesta segunda-feira (12) aos governos sobre os riscos do fim repentino de suas medidas de apoio à economia, aplicadas para frear o impacto da pandemia, defendendo uma "transição lenta".
Diante da recessão causada pelo novo coronavírus, com urgência os governos implantaram uma série de novos instrumentos de apoio à economia (desemprego temporário, adiamento de tributos, ajudas setoriais, entre outros).
"Minha principal preocupação neste momento é que a continuação das políticas torne possível evitar que algumas das aplicadas durante a pandemia (...) cessem brutalmente", ressaltou Lagarde em uma conferência organizada pelo FMI.
"Esperamos que as autoridades entendam e ajam de forma para que esses auxílios se prolonguem por algum tempo, para que a recuperação possa ser ocorrer, mesmo que a pandemia se acabe de maneira gradativa", acrescentou.
A presidente do BCE pediu por uma "transição lenta" para outras medidas destinadas a apoiar a retomada das atividades, à medida que vão sendo criadas "novas empresas" e o mercado de trabalho se recupera.
Essas políticas devem ter como foco o investimento público, a educação e um ambiente regulatório eficaz, afirmou.
Christine Lagarde havia elogiado em julho um plano de recuperação histórico acordado pelos líderes da UE frente à crise do novo coronavírus.
Esse programa de auxílio, denominado Programa de Compra de Emergências da Pandemia (PEPP), duraria até junho de 2021.
Diante de muitas incertezas sobre o crescimento, os observadores esperam novas ações do BCE até o final do ano.