A Itália experimentou um aumento repentino de quase 1.000 novos casos do novo coronavírus nas últimas 24 horas, de acordo com dados oficiais divulgados nesta sexta-feira (9), aumentando a cautela quanto ao surgimento de uma segunda onda da pandemia.
Nos últimos meses, a Itália mostrou prudência na manutenção de certas restrições à população, mas nesta sexta informou ter registrado 5.372 novos casos da covid-19, número próximo ao registrado em meados de abril.
"Estamos sob extrema pressão", reconheceu o assessor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Walter Ricciardi, que informou que os hospitais enfrentam uma crescente diminuição de leitos.
A Itália ainda está longe dos números registrados na França e na Espanha, que variam entre 12.000 e 19.000 novos casos por dia. No entanto, Ricciardi alertou que o aumento dos contágios pode ficar fora de controle.
"Quando a gripe chegar, corremos o risco de ter 16.000 casos por dia", ressaltou em entrevista ao Sky TG24.
"Estou muito preocupado porque (...) alguns pacientes infectados precisam de cuidados especiais e estamos ficando sem leitos. E isso antes da chegada da gripe", alertou, em referência ao período de inverno que terá início no final do ano.
O governo decretou no início da semana o uso obrigatório de máscara também ao ar livre. A região da capital, Lazio, apresenta uma situação particularmente alarmante, juntamente com a Campania, no sul, e a Lombardia, no norte, onde a pandemia começou em fevereiro.
Mais de 36.000 pessoas morreram do novo coronavírus na Itália, que manteve sua população confinada por mais de dois meses.