Crime

Acadêmico de Singapura é condenado nos EUA por espionar para a China

Jun Wei Yeo, também conhecido como Dickson Yeo, trabalhava com a inteligência chinesa desde 2015

Um acadêmico de Singapura que recrutou funcionários públicos dos Estados Unidos para fornecer informações confidenciais de defesa e política à China foi condenado a 14 meses de prisão por um tribunal americano nesta sexta-feira (9).

Jun Wei Yeo, também conhecido como Dickson Yeo, trabalhava com a inteligência chinesa desde 2015 e montou uma consultoria política em Washington, que usava para identificar americanos com acesso de segurança de alto nível. Ele oferecia então dinheiro a eles em troca de informações confidenciais.

O homem de 39 anos foi preso em um aeroporto em novembro de 2019 e se declarou culpado em julho de uma acusação de operar ilegalmente como agente estrangeiro, o que pode levar a penas de até 10 anos de prisão.

Porém, ele recebeu uma sentença relativamente branda e os 11 meses que já havia passado na cadeia foram reconhecidos, por sua cooperação com as autoridades e também pelo risco da covid-19 na prisão, segundo a juíza federal Tanya Chutkan. Dessa forma, ele pode ser expulso dos EUA em janeiro.

Estudante de doutorado na Universidade Nacional de Singapura, Yeo recebeu ordens da inteligência chinesa para abrir um falso escritório de consultoria nos Estados Unidos que ofereceria empregos, de acordo com os documentos judiciais.

Ele recebeu mais de 400 currículos, 90% dos quais pertenciam a militares ou funcionários públicos com credenciais de segurança.

Com esse material e os recursos da plataforma LinkedIn, ele rastreou alvos em potencial, visando pessoas com forte acesso de segurança. Ele recrutou algumas delas para trabalhar com ele, em especial aqueles que admitiam passar por dificuldades financeiras.

Entre eles estava um civil que trabalhava no projeto do bombardeiro F-35B da Força Aérea e um oficial do Departamento de Estado, que receberam até 2 mil dólares para escrever relatórios para Yeo.

Na sexta-feira, no entanto, os procuradores disseram que nenhum deles chegou a fornecer informações ultra-secretas, ainda que essa fosse a intenção.