A empresa de biotecnologia Eli Lilly anunciou nesta quarta-feira (7) que está tentando obter uma autorização para o uso de emergência ao seu tratamento com anticorpos para a covid-19, depois que os primeiros resultados mostraram que reduz a carga vital, os sintomas e as taxas de hospitalização.
"Nossa equipe tem trabalhado incansavelmente nos últimos sete meses para descobrir e desenvolver esses potenciais tratamentos de anticorpos", disse Daniel Skovronsky, diretor científico da Lilly. "A Lilly está trabalhando de forma diligente com reguladores ao redor do mundo para disponibilizar este tratamento", acrescentou.
A companhia disse em um comunicado que sua "terapia que combina" dois anticorpos que funcionam juntos estavam mostrando ser eficiente em um estudo controlado por placebo com 268 pacientes contagiados com a covid-19 de leve a moderada.
Suas análises mostraram que a proporção de pacientes com alta carga viral no sétimo dia de sua doença foi de 3,0%, quando foram tratados com a terapia, em comparação com 20,8% dos que receberam um placebo. A melhora dos sintomas foi vista três dias depois da dose.
A taxa de hospitalização e visitas de emergência relacionadas com a covid-19 foi de 0,9% para os pacientes tratados com terapia combinada contra 5,8% com placebo, uma redução do risco relativo de 84,5%. A companhia também está estudando uma "monoterapia" de apenas um dos dois anticorpos e disse que pesquisas paralelas mostraram que era igualmente efetiva.
O ensaio está em curso e Lilly quer recrutar um total de 800 pessoas. Lilly disse que espera ter 100.000 doses da monoterapia disponíveis este mês e um milhão no fim do ano. Também espera ter 50.000 doses da terapia de combinação no fim de 2020.
As descobertas ainda não foram publicadas em uma publicação revista por pares. O presidente americano, Donald Trump, que está com covid-19, recebeu na semana passada uma dose de anticorpos elaborados pela empresa Regeneron.
A farmacêutica também reportou resultados animadores em seus primeiros testes, mas ainda não pediu a aprovação de emergência e, portanto, segue sendo um tratamento experimental.
A FDA, agência que regula alimentos e regulamentos nos Estados Unidos, concedeu antes uma Autorização de Uso Experimental (EUA, na sigla em inglês) para o antiviral remdesivir, para o plasma convalescente e para a hidroxicloroquina, que posteriormente foi revogada por motivos de segurança.