Havana desmentiu, nesta quarta-feira (7/10), a libertação de dois médicos cubanos sequestrados há um ano e meio no Quênia, anunciada horas antes por uma fonte policial do país africano, e disse que continua trabalhando para seu retorno seguro.
"Desminto as informações que circularam na madrugada de hoje (quarta-feira) sobre a suposta libertação dos dois médicos cubanos sequestrados, Assel Herrera Correa e Landy Rodríguez Hernández", tuitou o diretor de Imprensa, Comunicação e Imagem do Ministério das Relações Exteriores da ilha, Juan Antonio Fernández.
O diplomata destacou que "grandes esforços continuam sendo feitos para garantir a libertação e retorno seguro à pátria" dos médicos, cuja libertação foi informada à AFP por um porta-voz da polícia queniana.
"É verdade que foram libertados. Estão a salvo agora", disse a fonte, que preferiu não revelar sua identidade.
Herrera, especialista de Medicina Geral Integral, e Rodríguez, especialista em Cirurgia, foram sequestrados em abril de 2019 no condado queniano de Mandera, na fronteira com a Somália e Etiópia, quando se preparavam para começar seu trabalho diário, escoltados por dois policiais - dos quais um morreu.
A imprensa queniana atribuiu o sequestro a supostos membros do grupo da Somália Al-Shabab, islamistas radicais vinculados à Al-Qaeda, que teria os levado à Somália.
Os dois sequestrados fazem parte de uma brigada médica de 101 pessoas que trabalha no Quênia para reforçar os serviços médicos em áreas remotas.
No mês seguinte, em maio, um funcionário de Mandera disse à AFP, sob condição de anonimato, que os sequestradores exigiram um resgate de 1,5 milhão de dólares.
Em dezembro de 2019, ao retornar de uma viagem ao Quênia, a vice-presidente cubana, Inés María Chapman, disse que os doutores "estavam bem" e que continuava "seus esforços" para libertá-los.
Na última segunda-feira, o chanceler cubano Bruno Rodríguez disse que conversou por telefone com seu homólogo da Somália, Ahmed Isse Awad, que lhe agradeceu pelo "apoio e esforços de seu governo para garantir o retorno seguro" dos médicos sequestrados.
O Exército do Quênia participa desde 2011 na Missão da União Afriana na Somália (Amisom), que busca combater os 'shabab', que tentam desde 2007 derrotar o frágil governo central da Somália, que recebe o apoio da comunidade internacional e da Amisom.