Um repórter e um fotógrafo que cobriam para o jornal francês Le Monde os confrontos em Nagorno Karabakh, região separatista armênia situada no Azerbaijão, ficaram feridos nesta quinta-feira (1º/10), informou à AFP o diretor de redação Luc Bronner, sem dar mais detalhes.
A França enviará um avião medicalizado para resgatar os cidadãos feridos, anunciou o presidente Emmanuel Macron, durante a chegada a uma cúpula europeia em Bruxelas.
O atentado ocorreu na manhã desta quinta-feira na cidade de Martuni, segundo o jornal.
"Durante os bombardeios do Azerbaijão contra cidades civis em Martuni, em Artsaj, dois jornalistas franceses do jornal Le Monde ficaram feridos. Eles foram levados para o hospital da cidade", relatou à AFP a embaixadora da Armênia na França, Hasmik Tolmajian.
Durante o ataque, ambos "estavam perto do gabinete do prefeito. Estão gravemente feridos e estão sendo operados", acrescentou.
"Neste momento, existe um avião medicalizado pronto para partir. Estamos fazendo todo o possível para estabilizar o estado dos feridos antes de permitir sua retirada", explicou Macron, garantindo que há uma "mobilização" das autoridades junto aos jornalistas e seus familiares.
De acordo com as autoridades armênias, dois jornalistas locais também ficaram feridos nos atentados.
Na ocasião, vários repórteres - inclusive jornalistas da AFP, que não ficaram feridos - acompanhavam as autoridades locais da cidade de Martuni para entrevistar a população e verificar os danos causados pelos bombardeios, até que a cidade foi alvo de um ataque.
A partir disso, os jornalistas se dispersaram. De acordo com o jornalista francês Régis Genté, que esteve no local para a cobertura da RFI/France 24, os repórteres estavam observando os estragos causados por um bombardeio de uma casa quando ouviram o barulho de um "foguete".
"O ataque durou cerca de um minuto", explicou na France 24.
Há cinco dias o território separatista de Nagorno Karabakh é palco de violentos confrontos entre o Azerbaijão e as forças separatistas apoiadas pela Armênia.
O enclave de maioria armênia declarou-se independente do Azerbaijão em 1991, desencadeando uma guerra que causou 30 mil mortes. Desde então, a situação estagnou, embora muitas vezes surjam problemas, como em 2016.