Terrorismo

'Digam a meus filhos que amo eles', as últimas palavras da brasileira vítima de ataque em Nice

A brasileira Simone Barreto Silva, de 44 anos, foi uma das vítimas fatais do ataque de um tunisiano de 21 anos em uma igreja na cidade de Nice, na França

Agência France-Presse
postado em 30/10/2020 09:01 / atualizado em 30/10/2020 09:04
 (crédito: Divulgação/ Lavage de la Madeleine)
(crédito: Divulgação/ Lavage de la Madeleine)

"Digam a meus filhos que amo eles": estas foram as últimas palavras pronunciadas pela brasileira Simone Barreto Silva, de 44 anos, antes de falecer na quinta-feira (29/10) no ataque com uma faca cometido em uma igreja de Nice.

Simone, mãe de três filhos e nascida em Salvador (Bahia), é uma das três vítimas fatais de um tunisiano de 21 anos que atacou na quarta-feira (28/10) os fiéis que rezavam na basílica Notre-Dame de Nice, sudeste da França.

"Ela estava lá rezando, entrou esse cara que detesta cristãos. A gente fala em 'cristofobia'. Ele esfaqueou essa senhora lá dentro. A gente lamenta a morte das três pessoas", declarou o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, em sua transmissão semanal pelo Facebook.

A vítima ficou gravemente ferida no ataque, mas conseguiu fugir para um restaurante ao lado da igreja, informaram fontes policiais.

"Ela atravessou a rua, coberta de sangue (...). Ainda conseguia falar, afirmava que havia alguém dentro (da igreja)", afirmou Brahim Jelloule, dono do estabelecimento, à rádio France Info.

O irmão de Jelloule e um funcionário do restaurante tentaram entrar na igreja, mas viram o agressor, armado com uma faca.

De acordo com Brahim Jelloule, Simone faleceu uma hora e meia depois do ataque.

"Digam a meus filhos que eu amo eles", teria conseguido dizer pouco antes de morrer, segundo depoimentos de testemunhas divulgados pelo canal BFMTV.

De acordo com a emissora, Simone Barreto Silva trabalhava como cuidadora de idosos, mas sua paixão era a cozinha. Ela sonhava com abrir um restaurante de comida brasileira nesta cidade da Costa Azul francesa, onde morava há muitos anos.

O governo brasileiro publicou um comunicado oficial, no qual expressou "seu firme repúdio a toda e qualquer forma de terrorismo, independentemente de sua motivação", e manifestou "em especial sua solidariedade aos cristãos e pessoas de outras confissões que sofrem perseguição e violência em razão de sua crença".

Também informou que, por meio do consulado geral em Paris, "proporciona assistência consular à família da brasileira vítima do atentado terrorista".

As outras duas vítimas foram assassinadas dentro da basílica: uma mulher de 60 anos, degolada pelo agressor; e o sacristão da basílica, um laico de 55 anos, casado e pai de duas filhas.

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