Os líderes de União Europeia e Canadá, reunidos em uma cúpula por videoconferência, destacaram nesta quinta-feira (29/10) sua vontade de defender a liberdade de expressão como valor fundamental e de enfrentar quem quiser colocá-la em perigo.
No fim da videoconferência, o primeiro-ministro de Canadá, Justin Trudeau, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o titular do Conselho Europeu, Charles Michel, condenaram o ataque sangrento com uma arma branca hoje em Nice, França.
"A liberdade de pensamento e a liberdade de expressão são fundamentais para nossas democracias e nossas liberdades, e devemos combater aqueles que querem colocá-las em perigo", disse o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
"Devemos ter o cuidado de fomentar o entendimento e o respeito mútuos, mas devemos manter a determinação de defender nossos valores", acrescentou.
O ataque ocorreu menos de duas semanas após a decapitação de um professor de ensino médio em Conflans-Sainte-Honorine, um subúrbio ao noroeste de Paris, por ter mostrado caricaturas do profeta Maomé em aula.
Von der Leyen disse após a videoconferência que "devemos ser claros: nunca aceitaremos a violeêcia por trás da religião, porque a religião é pacífica, a religião une".
Por sua vez, Trudeau afirmou que "nada justifica esta violência".
Para o primeiro-ministro canadense, "os terroristas, os criminosos, não representam o islã nem os muçulmanos de nenhum modo".
Além do ataque que deixou três mortos em Nice, também nesta quinta-feira um afegão armado com uma faca foi preso em Lyon, centro da França, e um guarda no consulado francês em Jeddah, na Arábia Saudita, foi ferido por um saudita armado con uma arma branca.
Esses fatos ocorreram no contexto de uma crescente fúria no Oriente Médio contra a França e o presidente Emmanuel Macron, quem defendeu o direito de publicar as controversas caricaturas, aparecidas originalmente na revista satírica Charlie Hebdo.
Macron classificou o ataque em Nice como um "ataque terrorista islamita".
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