Racismo

Policial acusado da morte de George Floyd é libertado sob fiança

O agente de 44 anos deve ser julgado em março junto com três de seus ex-colegas, acusados de cumplicidade

Agência France-Presse
postado em 07/10/2020 16:11 / atualizado em 07/10/2020 20:25
 (crédito: FOLHETO / CADEIA DO CONDADO DE HENNEPIN / AFP)
(crédito: FOLHETO / CADEIA DO CONDADO DE HENNEPIN / AFP)

O policial branco Derek Chauvin, principal acusação pelo assassinato do afro-americano George Floyd, ganhou liberdade condicional nesta quarta-feira (7) após o pagamento de 1 milhão de dólares de fiança, segundo documentos judiciais.

O agente de 44 anos deve ser julgado em março junto com três de seus ex-colegas, acusados de cumplicidade, neste drama que desencadeou a maior mobilização antirracista nos Estados Unidos desde o movimento pelos direitos civis na década de 1960.

Em maio, em Minneapolis, ele foi filmado ajoelhado sobre o pescoço de George Floyd por quase nove minutos. As imagens provocaram um repúdio generalizado em todo o mundo.

O gabinete do xerife do Condado de Hennepin publicou um aviso da libertação, após o pagamento de fiança, de Chauvin, que ficou mais de quatro meses preso, com a condição de que o ex-policial permaneça em Minneapolis até o julgamento.

Chauvin será julgado em março junto com três ex-colegas acusados de cumplicidade na morte de Floyd.

O advogado da família de Floyd, Ben Crump, criticou a decisão da justiça. "Derek Chauvin pagou uma fiança de 1 milhão de dólares hoje, comprando sua liberdade depois de roubar a vida de George Floyd por 20 dólares", declarou no Twitter, em referência ao motivo que levou à prisão do cidadão negro, que supostamente tentou comprar um bilhete falso.

"Sua libertação sob fiança é um doloroso lembrete à família de George de que ainda estamos muito longe de obter justiça", disse o advogado.

Sua prisão, quatro dias após o ocorrido, contribuiu para a calma nesta cidade do norte dos Estados Unidos, abalada por várias noites de distúrbios.

Desde então, Chauvin esteve preso em um presídio de alta segurança de Minnesota, do qual saiu apenas em 11 de setembro para comparecer ao julgamento. Ele se apresentou no tribunal junto com seus co-acusados: Alexander Kueng, Thomas Lane e Tou Thao, que foram libertados sob fiança há semanas.

Os quatro homens pediram a retirada das acusações, alegando que usaram uma força razoável contra um homem que lutava. George Floyd está "morto provavelmente por uma overdose de fentanil", disse o advogado de Derek Chauvin, segundo as atas judiciais.

Este argumento gerou indignação na família Floyd. "Isso é uma loucura", disse seu sobrinho Brandon Williams. "Ele morreu por causa de um joelho em seu pescoço, é o que a autópsia diz", acrescentou seu irmão Philonise Floyd.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação