Os Estados Unidos concederam ao Iraque um novo respiro de 60 dias ao eximi-lo das sanções impostas a países e entidades que fazem negócios com o Irã, o influente vizinho do qual os iraquianos dependem em matéria de energia, declarou nesta quarta-feira (23) uma autoridade iraquiana à AFP.
As importações de gás e eletricidade do Irã representam cerca de um terço do consumo do Iraque, cujas infraestruturas, deterioradas há anos, não têm capacidade para permitir a independência energética para seus 40 milhões de habitantes.
Desde que foram restabelecidas as sanções contra o Irã, em final de 2018, os Estados Unidos estendem seguidamente os prazos dados a Bagdá para que busque novos fornecedores de energia. Em maio, quando o governo de Mustafá al Kazimi chegou ao poder, os Estados Unidos, que disputam com o Irã a influência no Iraque, chegou a conceder quatro meses de prorrogação de uma só vez.
Um gesto considerado como um grande apoio a um governo iraquiano mais pró-americano do que o antecessor, mas que não tem conseguido frear a onda de ataques de foguetes diários contra locais de interesse dos Estados Unidos no Iraque.
Kazimi, recebido em Washington em agosto, assinou acordos com diferentes empresas energéticas americanas. Contudo, seu governo enfrenta a pior crise econômica da história recente do Iraque. Atingido fortemente pela queda do preço do barril de petróleo, o Iraque também lida com o combate contra a pandemia da covid-19, com mais de 330.000 casos oficialmente registrados e 8.700 óbitos.