O presidente iraniano, Hassan Rohani, disse nesta terça-feira (22) que o próximo presidente dos Estados Unidos terá que aceitar as exigências de Teerã, descartando qualquer acordo com o atual homólogo, Donald Trump, que busca ser reeleito.
"Não somos moeda de troca nas eleições americanas ou em suas políticas internas", ressaltou Rohani em um discurso virtual pré-gravado para a Assembleia Geral da ONU. "Qualquer governo americano após as próximas eleições não terá escolha a não ser ceder à resiliência da nação iraniana", acrescentou.
As tensões entre Washington e Teerã aumentaram drasticamente desde a chegada de Trump ao poder, que retirou os Estados Unidos do acordo nuclear - negociado entre as potências mundiais e o Irã durante o governo de antecessor, Barack Obama - e aplicou duras sanções contra a república islâmica.
O democrata Joe Biden, que enfrenta Trump nas eleições de 3 de novembro, apoiou fortemente o acordo firmado em 2015, mas alguns especialistas em seu círculo acreditam que ele teria influência suficiente para renegociá-lo, em vez de apenas retomá-lo.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohamad Javad Zarif, descartou nesta segunda-feira qualquer renegociação do acordo, que foi assinado após exaustivas conversas com o então secretário de Estado americano, John Kerry.
"Os Estados Unidos não podem nos impor negociações ou guerra. A vida é difícil sob sanções. No entanto, a vida é mais difícil sem independência", afirmou Rohani.
"E para o mundo: hoje é a hora de dizer 'não' ao assédio e à arrogância", acrescentou. "A era do domínio e da hegemonia acabou há muito tempo. Nossas nações e nossos filhos merecem um mundo melhor e mais seguro baseado no Estado de Direito", finalizou o líder iraniano.