O milionário chinês Ren Zhiqiang, crítico do presidente Xi Jinping, a quem chamou de "palhaço", foi condenado nesta terça-feira a 18 anos de prisão e a pagar multa de 4,2 milhões de yuanes (620.000 dólares) por "corrupção", anunciou um tribunal de Pequim.
Ren Zhiqiang foi condenado por "corrupção, aceitação de subornos, desvio de fundos e abuso de poder", anunciou o Tribunal Popular Intermediário Nº2 de Pequim.
Zhiqiang, 69 anos, ex-diretor de um grupo imobiliário público, foi expulso do Partido Comunista da China (PCC) em julho.
Em março ele publicou na internet uma crítica à resposta das autoridades à epidemia de covid-19, que surgiu em dezembro do ano passado na cidade de Wuhan, região central da China.
Zhiqiang chamou Xi Jinping de "palhaço" e acusou o governo de reagir com atraso.
Em abril as autoridades iniciaram uma investigação por "violação da disciplina".
De acordo com o veredicto, Rem Zhiqiang, ex-presidente do grupo imobiliário Beijing Huayuan, recebeu subornos de 1,25 milhão de yuanes entre 2003 e 2017. A sentença afirma que o milionário "confessou todos os crimes e não apelará" contra a decisão.
Desde sua chegada ao poder em 2013, Xi Jinping iniciou uma grande campanha de combate à corrupção, bem recebida pela opinião pública.
Ao mesmo tempo, algumas vozes afirmam que a campanha é utilizada para eliminar potenciais rivais do presidente.
Membro do PCC de 1974 a 2020, Ren Zhiqiang tinha milhões de seguidores que apreciavam suas opiniões na rede social Weibo.
A conta foi desativada em 2016, após a publicação de uma mensagem que criticava um discurso de Xi Jinping que incentivava a imprensa oficial a servir ao Partido.
Há vários anos o governo controla e pressiona cada vez mais a sociedade civil. A censura aumentou na internet, muitos advogados foram intimidados ou detidos e os professores mencionam ataques à liberdade de ensino.