Bogotá, Colômbia- A justiça colombiana ordenou a detenção dos policiais suspeitos do assassinato de Javier Ordóñez durante sua prisão em 9 de setembro. A brutalidade dos agentes gerou protestos que deixaram pelo menos 12 mortos, informou a promotoria nesta quinta-feira(17).
Sem identificar quem ou quantos agentes serão detidos, um porta-voz da promotoria confirmou à imprensa a "emissão dos mandados" e o "procedimento de detenção" em andamento. Ordóñez, de 43 anos, morreu após receber uma punição brutal de dois policiais em Bogotá.
Cinco outros agentes também foram vinculados à investigação. Um vídeo que viralizou mostra que os policiais aplicam vários choques com uma arma elétrica no homem estirado no chão, ignorando os seus apelos.
Embora não haja registro do que aconteceu a seguir, sua família e amigos dizem que Ordóñez morreu antes de chegar ao hospital devido a uma surra adicional dos uniformizados.
A defesa da vítima pede que os policiais sejam processados por "tortura" e "homicídio qualificado". Segundo a primeira versão da polícia, Ordóñez teria resistido à prisão por iniciar uma briga. A família conta que os agentes o abordaram quando ele saía para comprar bebidas na companhia de dois amigos.
O pai de dois meninos, de 11 e 15 anos, empresário e estudante de Direito, era desconhecido até 9 de setembro. Mas seu rosto se tornou o símbolo de protestos grandes e violentos contra a violência policial que deixaram 12 mortos, 258 civis feridos, 315 policiais feridos e 95 postos de comando atacados.
A prefeita de Bogotá, Claudia López, denunciou que alguns agentes recorreram ao "uso indiscriminado da força" e "armas de fogo" durante as manifestações. A polícia disse que 58 deles estão sendo investigados por supostamente atirar em manifestantes.
O caso de Ordóñez evocou o do afro-americano George Floyd. Sua morte em maio, sufocado em Minneapolis por um policial branco que ignorou seus apelos enquanto o prendia, gerou uma onda de protestos nos Estados Unidos.