O nível de transmissão da covid-19 na Europa é "alarmante", afirmou nesta quinta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS), que se declarou preocupada com a redução do tempo de quarentena decidida ou planejada por alguns países, como a França.
"Os números de setembro deveriam servir de alerta para todos nós na Europa, onde o número de casos é superior aos registrados em março e abril, declarou em Copenhague o diretor da OMS no continente, Hans Kluge.
A agência da ONU também descartou a modificação do tempo de quarentena de 14 dias, recomendado para todos aqueles que já estiveram em contato com o vírus.
"Nossa recomendação de quarentena de 14 dias está baseada em nossa compreensão do período de incubação e transmissão da doença. Apenas a revisaríamos com base em nosso conhecimento científico, o que não é o caso no momento", destacou Catherine Smallwood, diretora para situações de emergência na OMS Europa.
Na França, a duração do isolamento foi reduzida para sete dias em caso de contato. No Reino Unido e Irlanda o prazo é de 10 dias. Outros países europeus, como Portugal e Croácia, também planejam encurtar as quarentenas.
Kluge recordou o "imenso impacto individual e social que pode ser provocado por uma redução de tem, inclusive mínima, da quarentena".
"Estimulo os países da região a seguir o procedimento científico regular com seus especialistas e a explorar opções seguras de redução do tempo de quarentena", insistiu.
A região Europa da OMS, que reúne 53 países, incluindo a Rússia, registra quase cinco milhões de casos oficiais e mais de 227.000 mortes provocadas pela covid-19, de acordo com a instituição.
Novos surtos da epidemia e a maior quantidade de testes em comparação com a onda de março-abril levaram o número diários de casos a algo entre 40.000 e 50.000. Na primeira onda, o dia 1º de abril registrou o recorde de 43.000 contágios, de acordo com a OMS Europa.
O novo recorde absoluto diário foi registrado em 11 de setembro, com 54.000 contágios em 24 horas.