Mais de cinco décadas depois de conquistar a independência do Reino Unido, Barbados quer dar um passo adiante. Ontem, a governadora-geral Sandra Mason anunciou a pretensão da ilha caribenha de que a rainha Elizabeth II deixe de ser sua chefe de Estado em novembro do ano que vem.
“Chegou o momento de deixar nosso passado colonial completamente para trás”, disse Mason, durante o pronunciamento conhecido como Discurso do Trono, que proferiu em nome da primeira-ministra, Mia Mottley. “Os habitantes de Barbados querem um chefe de Estado de Barbados. Esta é a declaração máxima de confiança em quem somos e no que somos capazes de conseguir”, asseverou.
Segundo a governadora, a decisão de Barbados representa um “passo lógico à soberania total”. A ideia é tornar-se uma república em 20 de novembro do próximo ano, quando a ilha vai celebrar seu 55º aniversário de independência.
Questionado sobre a intenção, o Palácio de Buckingham não se estendeu sobre a questão. “É um assunto do governo e do povo de Barbados”, limitou-se a comentar um porta-voz da monarquia.
Elizabeth é chefe de Estado do Reino Unido e outros 15 países (Antígua e Barbuda, Austrália, Bahamas, Barbados, Belize, Canadá, Granada, Jamaica, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Ilhas Salomão e Tuvalu) que estiveram sob mandato britânico.
No ano passado, muitos habitantes de Barbados pediram que a rainha fosse removida do cargo devido a suas persistentes associações imperialistas, e vários dos líderes da ilha defendem torná-la uma república. Com isso, a ilha caribenha vai trilhar o mesmo caminho de Trinidad e Tobago, Dominica e Guiana. Os três permanecem integrantes da Commonwealth, associação de 54 países, a maioria ex-colônias britânicas, formalmente chefiada monarca. Esse também seria a postura de Barbados.
“Chegou o momento de deixar nosso passado colonial completamente para trás”
Sandra Mason, governadora-geral