A Justiça britânica suspendeu, nesta quinta-feira (10), até segunda-feira, as audiências no julgamento sobre a extradição para os Estados Unidos do fundador do Wikileaks, Julian Assange, porque a companheira de um dos advogados apresentou sintomas de covid-19.
"Devido à incerteza da situação, a audiência está suspensa", anunciou a juíza Vanessa Baraister, destacando que as audiências serão retomadas na manhã de segunda-feira.
Assange, de 49 anos, é processado por 18 acusações de espionagem e atividades de hacker nos Estados Unidos, onde enfrenta uma condenação de 175 anos de prisão, pela divulgação em 2010 de mais de 700.000 documentos confidenciais sobre as atividades militares e diplomáticas dos Estados Unidos, principalmente no Iraque e Afeganistão.
A maioria dos advogados de ambas as partes continuaram o procedimento por videoconferência nesta quinta-feira, à espera dos resultados do teste de covid-19 da pessoa suspeita de portar o vírus, previstos para sexta-feira.
O australiano que, ao contrário dos dias anteriores, não compareceu ao julgamento hoje, expressou repetidamente nos últimos meses seu medo de contrair o coronavírus na prisão de alta segurança de Belmarsh, perto de Londres, onde está detido.
"Não deveríamos estar aqui hoje, seria um risco para nosso cliente", afirmou Edward Fitzgerald, um dos advogados de Assange.
O advogado que representa as autoridades americanas concordou que seria injusto seguir adiante sem que o interessado pudesse comparecer à audiência pessoalmente e apoiou a suspensão.
Depois de uma semana de audiências em fevereiro, o julgamento para determinar se Assange será extraditado ou não para os Estados Unidos foi retomado na segunda-feira em Londres. Após uma pausa prolongada pela pandemia de coronavírus, as audiências devem durar agora entre três e quatro semanas.