Pelo menos 7.000 profissionais de saúde morreram de covid-19 no mundo, com o México no topo desta lista, de acordo com um estudo da Anistia Internacional (AI) divulgado nesta quinta-feira(3/9).
"O fato de mais de 7.000 pessoas morrerem tentando salvar outras é uma crise de escala surpreendente", disse Steve Cockburn, diretor de Justiça Econômica e Social da AI, citado em nota.
Dessas mortes, pelo menos 1.320 ocorreram no México, “o número mais alto conhecido para um único país”, destacou o relatório “O custo da cura”.
Um balanço da AI divulgado em 13 de julho indicava cerca de 3.000 trabalhadores de saúde mortos no mundo. O salto para mais de 7.000 se deve ao aumento das infecções em vários países, além da maior disponibilidade de informações, explicou.
Segundo o novo estudo, atrás do México estão os Estados Unidos (1.077 mortes), Reino Unido (649), Brasil (634), Rússia (631), Índia (573), África do Sul (240), Itália (188), Peru (183), Irã (164) e Egito (159).
"Todos os profissionais de saúde têm o direito de estarem seguros no trabalho, é um escândalo que tantos estejam pagando o preço final", acrescentou Cockburn.
A AI alertou que pode haver "subnotificação" de vítimas em vários países. Em relação ao México, ele reconheceu que o governo mantém uma contagem detalhada, o que explicaria os números elevados em relação a outras nações.
Além das 1.320 mortes, o país latino-americano contabilizou 97.632 casos do covid-19 entre trabalhadores de instituições de saúde no final de março, recordou a investigação.
“As pessoas responsáveis pela limpeza dos hospitais no México são especialmente vulneráveis à infecção. Muitos deles são terceirizados, o que significa que têm menos proteção”, afirmou.
O governo mexicano reconheceu que o sistema de saúde com o qual enfrenta a pandemia sofreu graves deficiências durante décadas e precisou adaptar quase mil hospitais às novas necessidades.
O México, com 128,8 milhões de habitantes, acumula 65.816 mortes e cerca de 611.000 casos do novo coronavírus. Em todo o mundo, o registro é de 26,1 milhões de casos e mais de 865.000 mortes.