Estados Unidos não contribuirá para "legitimar outra fraude eleitoral" na Venezuela, disse nesta quinta-feira (3/9) o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, após o convite do governo de Nicolás Maduro à ONU e União Europeia para observar as eleições legislativas de dezembro.
"Nós e nossos sócios democráticos na Venezuela e a comunidade internacional não contribuiremos para legitimar outra fraude eleitoral realizada pelo governo de Maduro", afirmou Pompeo em um comunicado.
Estados Unidos, que junto com cerca de 60 países desconhece o mandato de Maduro por considerá-lo resultado de uma fraude, exige que Caracas realize eleições "livres e justas" para "restaurar a democracia".
O secretário de Estado americano disse à imprensa, na quarta-feira, que 34 países se pronunciaram a favor de um governo de transição na Venezuela para garantir eleições transparentes.
Pompeo negou em seu comunicado desta quinta que essas condições estejam dadas, um dia após o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, dizer que existem "amplas garantias" para as eleições de 6 de dezembro e que convidou o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, e o chefe da diplomacia da UE, Joseph Borrell, para que participem como observadores.
Na terça-feira, Maduro suspendeu medidas judiciais contra mais de cem opositores, 26 deles deputados, alguns exilados depois que tiveram sua imunidade retirada, além de vários colaboradores do chefe parlamentar e líder opositor, Juan Guaidó.
Mas Pompeo rejeita que a situação na Venezuela mude com a libertação de cem venezuelanos, nenhum dos quais deveria ter sido preso "em nem um único dia".