Londres, Reino Unido - O histórico distrito financeiro de Londres, conhecido como City, lançou uma consulta pública nesta terça-feira (1) sobre a possibilidade de remover, ou modificar, seus monumentos ligados à escravidão, após a pressão da campanha Black Lives Matter.
A empresa que administra esta área da capital britânica, onde, entre outros, estão localizados o Banco da Inglaterra e a Catedral de St. Paul, quer saber o que as pessoas pensam sobre "quais monumentos consideram um problema e quais medidas gostariam que fossem tomadas".
Após a derrubada de uma estátua do traficante de escravos Edward Colston em junho, durante um protesto antirracismo em Bristol, no sudoeste da Inglaterra, houve apelos em todo Reino Unido para a remoção de monumentos ligados ao passado colonial do país.
A consulta lançada pela City of London Corporation vai durar três meses e é promovida por seu novo grupo de trabalho de luta contra o racismo, criado em junho.
"Sabemos que os símbolos históricos continuam a ter um impacto hoje e queremos entender como as pessoas se sentem sobre esse aspecto da nossa história cultural e se esses marcos precisam ser realocados, reinterpretados, ou preservados como estão", explicou o copresidente do Grupo Andrien Meyers.
Já existe uma campanha para remover a estátua de William Beckford, um político do século XVIII, que está na sede da corporação. Foi seu representante duas vezes, além de deputado, e acumulou fortuna com a propriedade de sua plantação e milhares de escravos na Jamaica.
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Uma petição lançada há meses para remover a estátua de Beckford afirmava que tais monumentos "glorificam as figuras que lucraram com a escravidão, algo que não deveria ser associado a Londres, nem às suas 'liberdades tradicionais'".
O abaixo-assinado foi apresentado ao Parlamento britânico, que a rejeitou, porque os monumentos são de responsabilidade das autoridades locais e de proprietários privados. Uma escola no norte de Londres, chamada Beckford, já decidiu, no entanto, mudar seu nome.