O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu nesta quarta-feira (9/9) com entusiasmo a decisão de um político da direita populista norueguesa de indicá-lo ao Prêmio Nobel da Paz de 2021.
"Obrigado!", tuitou o republicano, que publicou um artigo anunciando esta iniciativa. No processo, retuitou uma série de mensagens sobre o mesmo tema.
Thank you! https://t.co/S2kgsPh77l
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) September 9, 2020
Do Partido do Progresso (FrP, direita populista anti-imigração), Christian Tybring-Gjedde explicou à AFP que Trump merecia o prêmio por seu papel no acordo de normalização entre Israel e os Emirados Árabes Unidos.
Com outra autoridade eleita, ele já havia proposto Trump para o Nobel de 2018 pela reaproximação - agora no limbo - com a Coreia do Norte.
Ter o nome proposto para o Nobel não tem valor de endosso da parte do Instituto Norueguês do Nobel.
Este último é obrigado a aceitar todas as indicações, desde que tenham sido enviadas antes de 31 de janeiro por pessoa autorizada, como é o caso de Tybring-Gjedde na condição de deputado.
Em diversas ocasiões, Donald Trump mencionou o prestigioso prêmio, acreditando ter sido preterido em comparação com seu antecessor Barack Obama.
"Eu poderia receber o Prêmio Nobel da Paz por muitas coisas se eles o concedessem honestamente, mas não é o caso", disse em setembro de 2019, à margem da Assembleia Geral do ONU, em Nova York.
"Eles o deram a Obama imediatamente depois que ele assumiu o poder e ele não tinha ideia do motivo pelo qual o recebeu", continuou.
Ao receber o Prêmio Nobel em 10 de dezembro de 2009, o presidente democrata reconheceu "a considerável polêmica" suscitada por este surpreendente prêmio às vésperas de seu primeiro mandato. "Estou no início, e não no fim, do meu trabalho no cenário mundial", afirmou.
Questionado pela AFP sobre os motivos de sua iniciativa, Christian Tybring-Gjedde avaliou que o bilionário republicano merecia, "principalmente se compararmos com outros vencedores do passado".
"Seja o acordo de Camp David de 1978 ou o de Oslo em 1993: o prêmio da paz foi dado aos protagonistas e este acordo é pelo menos tão revolucionário para o Oriente Médio", estimou.
Questionado sobre as chances de o inquilino da Casa Branca ser coroado em uma Noruega geralmente pouco entusiasmada a sua causa, Tybring-Gjedde ressaltou que isso não importava.
"Para os ganhadores do Nobel, seja em matemática (não há Nobel nessa disciplina, nota do editor), literatura ou química, ninguém questiona sua personalidade", argumentou.
"Não é a personalidade que faz você receber o prêmio, mas o que a pessoa realmente conquistou para levar a paz ao mundo", insistiu.
O Instituto Nobel, que tem a regra de nunca comentar as candidaturas que são apresentadas, não respondeu aos pedidos de reação da AFP.
No passado, alguns dos cinco membros do comitê de premiação falaram negativamente sobre Donald Trump.
Além de Barack Obama, três outros presidentes americanos já receberam o cobiçado prêmio: Theodore Roosevelt, Woodrow Wilson e Jimmy Carter.
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