Moscou, Rússia - O Kremlin disse, nesta quinta-feira (3), que não vê "qualquer razão" para acusar o Estado russo de envenenar o líder da oposição Alexei Navalni e pediu aos países ocidentais que evitem "julgamentos precipitados".
"Não há razão para acusar o Estado russo", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à imprensa, acrescentando que o governo russo está aberto ao "diálogo" com a Alemanha, onde Navalny se encontra em tratamento, assim como com todos os países europeus sobre o assunto.
Peskov insistiu no fato de que "nenhuma substância tóxica" foi detectada pelos médicos russos quando Alexei Navalny foi internado em um hospital siberiano no final de agosto, após passar mal em um avião.
"Até agora não recebemos nenhuma informação" da Alemanha sobre análises que levaram à conclusão de seu envenenamento, acrescentou Peskov.
"De modo geral, não acho que envenenar essa pessoa possa beneficiar alguém", afirmou. "Gostaríamos que nossos parceiros na Alemanha e em outros países europeus não fizessem julgamentos precipitados", acrescentou ele.
O porta-voz do Kremlin também não viu "qualquer razão" para sanções contra a Rússia neste assunto. Na quarta-feira (2), a chanceler alemã, Angela Merkel, pediu a Moscou que se explicasse, depois que análises mostraram que Navalny foi envenenado por um agente nervoso do tipo "Novichok".
Em 2018, o Kremlin já havia sido considerado responsável pela tentativa de assassinato do ex-agente duplo Sergei Skripal, em Salisbury, no sudoeste da Inglaterra, por meio da mesma substância - o Novichok.
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