Intolerância

Multidão ataca TV iraquiana acusada de insulto à religião

No domingo, os xiitas - maioria no Iraque - celebraram a Ashura, que comemora o martírio no ano 680 do imã Hussein, neto do profeta Maomé, um evento fundador do Islã xiita. No dia, a rede de televisão local de Dijlah transmitiu programas de canto e dança, atraindo a fúria de muitos iraquianos que viram a programação como um "insulto à religião"

Uma multidão invadiu e ateou fogo à sede de uma emissora de televisão iraquiana nesta segunda-feira (31), disse uma fonte da segurança à AFP. A ação teria sido motivada pela transmissão de um programa festivo no Dia de Ashura, uma data de luto xiita.

No domingo, os xiitas - maioria no Iraque - celebraram a Ashura, que comemora o martírio no ano 680 do imã Hussein, neto do profeta Maomé, um evento fundador do Islã xiita.

No dia, a rede de televisão local de Dijlah transmitiu programas de canto e dança, atraindo a fúria de muitos iraquianos que viram a programação como um "insulto à religião". Dijlah rapidamente pediu desculpas e alegou que foi um erro "não intencional".

Na segunda-feira, porém, "várias dezenas de manifestantes furiosos contra a programação festiva ocuparam os salas de Dijlah em Bagdá, no distrito de Khadiriya", afirmou uma fonte da segurança à AFP.

Vários funcionários da emissora pediram demissão em protesto e 12 províncias baniram imediatamente o canal.

Um tribunal de Bagdá emitiu na segunda-feira um mandado de prisão para o diretor administrativo de Dijlah, Jamal al-Karbuli, que passa a maior parte de seu tempo fora do Iraque, por "insultar intencionalmente os ritos de uma comunidade religiosa".

Segundo o código penal iraquiano, ofender uma religião pode levar a até três anos de prisão.